quarta-feira, dezembro 26, 2007

Bem…

Em primeiro lugar…Peço desculpa por não ter escrito este post há uns dias, mas estive ocupado com a compra das prendas…tenho uma família grandinha…
Em segundo lugar… Esta é a música de “ Natal” que mais circula pelo meu quartel ( porque será??) espero que gostem e que não fiquem chocados!

Continuação de Boas Festas para todos…Não sei se vou escrever mais alguma coisa este ano…é imprevisível…se não escrever ------» Entrem com os dois pés no novo ano!

sábado, dezembro 22, 2007

Aquela fria tarde de Março

No dia em que chegou da guerra ouviam-se gritos de alegria, viam-se lágrimas de felicidade.
Pais, namoradas, filhos e filhas, noivas e mulheres corriam para os soldados regressados. Soldados, recentemente pais, apertavam contra o peito os filhos que ainda não tinham visto crescer.
No dia em que ele chegou da guerra ninguém o tomou contra o peito.
A ninguém disse quando a sua comissão terminaria, ninguém perguntou, ninguém procurou saber.
Olhando em redor percebeu que era o único nessa situação.
Ajeitou a sua boina vermelha púrpura milimetricamente, passando os dedos pelas fitas negras, passou as mãos na farda e colocou o saco esverdeado ao ombro…Sem olhar para trás, fugindo a alguns cumprimentos de camaradas, caminhou até à estação mais próxima.
“ Somos jovens e audazes, palmilhando metas sem fim…mostrando ser capazes de lutar até ao fim!”
O jovem de cabelo muito rente, com a barba perfeitamente desfeita, parecia chamar à atenção da multidão que circundava o cais de partida….tal atenção não era apreciada.
Sentou-se num banco, afastado o mais possível da multidão, e curvou-se sobre si mesmo, dando a entender sono no que era tristeza.
“ Aprendemos a ser duros, a lutar até morrer…e mostramos ser seguros, não faltando ao dever”
O comboio partiu e chegou ao seu destino, ninguém o esperava nesse local…não ficou surpreendido.
Caminhou até casa, cortando a corrente de ar fria com passos longos e decididos.
“ Ao perigo indiferentes, e na guerra destemidos…Nunca largamos as frentes, perseguindo o inimigo!”
Chegado a casa apanhou algumas das cartas que se encontravam na mesinha da sala…não as leu. Tirou a roupa do saco e separou-a metodicamente, orgulhosamente. Fez a sua cama de lavado e de seguida nela se deitou…
Passaram-se dois dias até que alguém soubesse que ele havia chegado. Naqueles dois dias pouco dormiu, pouco comeu, muito pensou…Naqueles dois dias soube que nunca mais seria o mesmo.
Não sabia, esse jovem homem, que passado quase oito anos escreveria sobre essa fria tarde de Março…Não sabia que estaria casado e com dois filhos…Sabia, no entanto, que a velha mágoa voltaria à tona, que o nó na garganta tornar-se-ia impossível de ultrapassar.
Nunca mais se esquecerá, esse jovem que se tornou homem, que, nessa fria tarde de Março ninguém o tomou contra o peito…
Não me esquecerei que fui eu que assim quis…
“ Esta é a voz do comando, que de regresso cantamos e bem alto vamos gritando…


MAMA SUMAE, aqui estamos!

sexta-feira, dezembro 14, 2007





Já agora! Selene...eu aposto que é menina =)

quinta-feira, dezembro 13, 2007


Finalmente desci à terra!! Fui obrigada. Recusei-me sempre a descer porque vivo num sonho e é lá que me sinto completa, mulher, mais eu…
Mas a realidade chamou-me uma vez mais, educadamente, e eu resolvi fazer uma visita, de médico, ao quotidiano, ao dia-a-dia, à rotina…
Confesso: tenho permanecido, adormecido, convivido num mundo muito meu… misturam-se, com frequência palavras como fantasia, sonho, desejo e vontade!! É uma sensação transcendente, quase embriagadora, que se dilata e não diminui…


Tenho olhado para o espelho mais vezes do que o habitual (alguns acharão que se já era exagerado, agora é intolerável), tenho fechado os olhos com o intuito de examinar o meu interior e, finalmente, tenho encarado o futuro de forma mais séria, responsável e madura. O futuro deixou de ser apenas meu! Passou a ser nosso: meu e deste bebé que cresce (e como cresce, Meu Deus!) dentro de mim…
A roupa não serve, não fica tão bem, a barriga está grande, o peito também ( ironia: as camisolas, camisas que ficariam maravilhosamente bem neste peito, agora avantajado, não me servem), o corpo envia sinais novos e desconhecidos e, frequentemente, sou assaltada por apetites vorazes!!! Sumol de manga (odeio manga) e bolo rei (vai ser um/a príncipe/princesa).


Sempre fui bem disposta e risonha mas, hoje em dia, sinto que os meus lábios têm fios presos às orelhas. Eu explico antes que me imaginem como o Joker do Batman!! Sorriso aberto, dente arreganhado e um súbito desaparecimento daquilo que alguns, muito poucos e mal informados, chamam de “mau feitio”.
Nada me incomoda, nada me abala, nada me faz sentir menos bem ou menos satisfeita.
No trabalho “ninguém faz aquilo”, não há problema: faço eu! O carro bloqueado pela milésima vez, uma espera paciente, um buzinar com calma com a certeza de que alguém, mais cedo ou mais tarde, aparecerá. Sou capaz, vejam lá, até de esboçar um sorriso ao desgraçado preguiçoso que estacionou o maldito carro exactamente a tapar a saída do meu. Fila de supermercado, muita gente… sem stress, o tempo arranja-se.


Aos meus olhos tudo me parece colorido e todo o esforço e paciência para estarmos bem fazem sentido. Aos meus olhos as minhas atitudes já estarão a ensinar alguma coisa minha ao meu/minha filho/a.


E agora o Natal!! Época de comoções e sensibilidades. Chamem-me piegas mas dou por mim de lágrimas nos olhos sempre que vejo um Pai Natal… até mesmo se não aparentar mais do que 40 anos, for magro e possuir apenas um mísero bigode.


E agora, para terminar, partilho convosco uma publicidade de há uns atrás e que, entretanto, desapareceu. Pode até parecer ridículo mas a mensagem adequa-se a mim, neste momento.


Uma senhora está na cozinha a fazer um bolo. Na imagem aparece apenas o rosto dela e o movimento que ela faz enquanto mexe, calmamente, a massa do bolo. Fala alto enquanto realiza todos estes movimentos e diz:” - Sabes, a vida é como uma caverna, tem eco. Se lá dentro gritarmos PARVO PARVO PARVO, o eco vai retribuir essas mesmas palavras menos felizes. Mas se lá dentro gritarmos coisas boas, o eco dá-nos de volta tudo de novo.”- No fim do anúncio aparece de novo a senhora, agora num plano total do seu corpo e vê-se a barriga, grande…

Se não nos “virmos” entretanto, desejo-vos um excelente Natal e um Feliz Ano Novo!!

segunda-feira, dezembro 10, 2007



Como os dedos trémulos percorreu o risco perfeitamente traçado entre os cabelos. Sacode a poeira imaginária do casaco preto, maniacamente, sistematicamente, engomado. Alisa o colarinho da camisa branca, novamente, e fixa um ponto intangível na parede caiada.
Como explicar a um homem de ciência algo tão abstracto como o seu sentimento?
Verifica as horas, novamente…Olha em frente e, finalmente, um homem elegante senta-se à sua frente.
“ Olá Rapaz!”
“ Olá Senhor S.”

Tenta arranjar um tema interessante, inteligente para iniciar uma conversa. Não se lembra de nenhum. Pergunta-lhe pela mulher…a mulher está boa. Pergunta-lhe pelo trabalho…falam da crise. É interrompido.
“ A minha filha falou de…casamento.” Declara o mais velho. “ Explica-me lá isso, se fazes favor…”
Eu…nós gostamos muito um do outro!”
“ Que bom…E? Eu gosto muito do meu vizinho…”

Engasga-se…tosse, bebe água, a impressão continua. Tenta falar e volta a tossir.
Calma rapaz!”
“ Não é gostar…É amar.”
“ O que é o amor, rapaz?”

Olha para o casaco, sacode a poeira imaginária, alisa o cabelo…fixa os olhos do homem que lhe retribuem a sua imagem…aterrorizado!
Explicar o amor é como contar todas as estrelas…impossível...mas posso tentar contar.
O mais velho sorri…sorri como se soubesse o que o jovem estava a pensar. No fundo…sabia.
O sorriso é retribuído…o jovem sente-se aceite.

domingo, dezembro 09, 2007

terça-feira, dezembro 04, 2007

Então é Natal ...



Mais um Natal se aproxima, e mais uma vez se fala no Natal.
E é nesta época que as pessoas, elevam em si, os seus sentimentos mais nobres, tais como fraternidade, amizade, amor e bondade ... Nesta quadra, as pessoas tornam-se bondosas, e aquilo que lhes parecia tão mau durante o ano inteiro, no Natal toma outra dimensão, outra perspectiva.
Até, pessoas com quem se zangaram, durante o ano, passam nesta quadra a ser os melhores amigos... É natal ... quadra de amor, paz, carinho .... e também de falsidades, falsos valores e consumismo.
Este natal, reflitam sobre o que foram o ano inteiro, elevando sempre a vossa postura, personalidade, e não se deixem levar na "onda" das circunstâncias ... este natal sejam vocês mesmos, fazendo com que o Natal seja sempre que nos apeteça, a qualquer dia, a qualquer hora e em qualquer lugar ... pois quem precisa de nós, precisa sempre, o ano inteiro e existem valores que deveriam permanecer sempre vivos, dentro de nós.
Então é Natal ... agora, sempre e para sempre!

Pandora

domingo, dezembro 02, 2007

Somos todos crescidinhos…espero eu!

Casal que é casal consegue dançar ao mesmo ritmo… vejam até ao fim!

…Imagino a cara dos pais dos noivos…
Best wedding first dance ever - Watch more free videos

quinta-feira, novembro 29, 2007

É teu o meu coração ....





Senti-lo bater assim, forte, vivo, com sentido de bater, é das sensações mais fortes que se pode sentir ... sabê-lo feliz, com direcção e caminho, bate sem medo e com pressa de viver...
Com pressa de te ter, de te sentir, respirar ...
Bate, bate sem parar ... dentro deste peito que anseia, por apenas um olhar.
Bate feliz, descompassado ... com pressa de te amar, sentir-te para ele é mais, que um alimento á alma, é amar sem limite, sem mágoa ...
Vem amor meu, fazer realidade esta minha ilusão .... pois tu sabes certamente, que é só teu, meu coração!

Pandora

sexta-feira, novembro 23, 2007

Humor de cão!

Quero dormir e não consigo dormir...Quando eu NÃO consigo dormir fico de mau humor...quando eu fico de mau humor faço coisas más como acordar a Al com a musica do dragon Ball...Ou com esta linda frase...



Amorzinho...Não consigo dormir e ainda faltam algumas horas para acordar!

quinta-feira, novembro 22, 2007

Enquanto o portátil da minha mulher solta uma melodia bastante perceptível ( woman like a man, nine crimes…tudo Damien Rice, o nosso poeta) decidi que tinha o dever de escrever alguma coisa neste espaço que é parte de mim.

Nas últimas semanas tenho percebido que o que tomo por certo nem sempre se concretiza…que penso coisas que não são verdadeiramente certas, ponho as minhas mãos no fogo por factos que são exteriores à minha pessoa…mas que não deixam de me pertencer.
O que leva uma pessoa a fugir a um pacto? Um pacto com uma pessoa que, teoricamente, é “ a pessoa”…o que é que leva um homem a infringir os tratos de uma relação?
A resposta que me deram foi “ Uma relação melhor”…não deixa de ser verdade.
Por vezes estamos tão encandeados pelo brilho da lua que não olhamos para as estrelas…claro que fazemos sempre a escolha mais agradável, mais fácil…pelo menos para aquele momento…Será que é a melhor escolha para o futuro? Quem é que pensa nisso naqueles momentos de paixão avassaladora, em que o nosso interior chocalha ao ritmo dos batimentos do coração, em que o sangue ferve nas veias…naqueles momentos em que as palavras tanto podem sair da nossa boca inúteis, desenfreadas…mas podem não ser exteriorizadas…pensamos “ Gosto, quero mais…” não pensamos “ Gosto? Será que há melhor?”…quando começamos a pensar nessa hipótese, a relação deixa de ter sentido…é nessa altura que pensamos mais…
“ Podia ter lutado mais…podia ter dito mais, podia ter insistido, amado, dito…feito…podia podia…”… Avançamos para o melhor deixando o que tínhamos certo, que nem sempre é pior, avançamos e abalamos convenções, moldamos a paisagem à nossa imagem…cá dentro é recíproco, inabalável…pensamos “ Estava tão cego…agora é tão obvio!”…mas será? Será assim tão óbvio?
Não é obvio… mas sempre foi dito que o obvio nem sempre é o certo…
Por isso, abalem todas as convenções, quebram pactos se for para fazer um pacto que vos faça mais feliz…acima de tudo façam-no sem racionalismos…o racionalismo é o oposto da paixão, porque a paixão…a paixão é tudo menos que racional, digam o que disserem…Se for para fazer alguém feliz e para ver uma ambição realizada…força!

Eu cá estarei…a cumprir um pacto, a honrar o meu juramento…pois para fazer este mesmo juramento, abalei muitas convenções e olhei para muitas estrelas…até que encontrei a minha, verdadeira, lua.

terça-feira, novembro 20, 2007


Desculpem-me caros colegas de blog mas realmente não consigo fazer "esticar" o meu tempo. Má gestão, eu sei!!!!

No entanto, tenho grandes e boas novidades!!! Mal possa contá-las-ei!!


See you soon!!!

sábado, novembro 10, 2007



Há vinte e nove anos, por esta hora, nasceu a mulher que se veria a tornar “ a tal”.
A minha linda mulher faz hoje vinte e nove anos, continua perfeita como quando eu a conheci, sempre com o mesmo espírito jovem e aventureiro…e cada vez mais rufia, cada vez mais dona do meu coração.

Sei que, no momento em que escrevo isto, não estás com muita vontade de me por a vista em cima…por vezes os homens fazem coisas sem pensar, coisas que magoam as pessoas que mais amam, sem intenção…e eu não sou excepção à regra.
Não penses que este post é uma maneira de pedir desculpas, não é…as desculpas não se pedem numa página online, não nestes casos…este post já estava a ser pensado há uns dias...

De onde escrevo, Al, consigo-te ouvir respirar, daquela forma que tão bem te caracteriza, pausadamente…consigo-te sentir o perfume, se estender a mão até te consigo tocar…apesar de me estares a tentar evitar…não estás a conseguir.

Quando te dei os parabéns, respondeste-me com um “ Obrigado” que ecoou no meu ouvido, aceitaste o meu beijo, mas não foi retribuído como costuma ser…doeu, é verdade…doeu muito. Mas, como sabes, não me vou contentar com um obrigado frio…nem falo no beijo, porque eu sei que não era aquele beijo que me querias dar…não insisti, naquele momento.

Agora levantaste-te e encerraste o computador…vou tomar isso como um sinal de que me posso aproximar…se não era, culpa o sangue que me corre nas veias…

Compreendo o motivo do teu silêncio, eu faria o mesmo…e tu farias o que eu vou fazer agora…
Sentar-te-ias junto a mim e explicavas o que, realmente, tinha acontecido…eu iria entender, penso eu.

Como só vais ler isto de manhã, se leres…não corro o risco de influenciar a tua decisão.

Podiam-me vendar os olhos, retirar-me a capacidade auditiva e olfactiva e eu iria continuar a identificar-te no meio de uma multidão…Podiam-me tirar todas as alegrias do mundo, podiam-me tirar o trabalho que adoro, os amigos que venero…de tudo abdicaria só para te ver sorrir…porque foi isso que jurei fazer, é isso que quero fazer…é isso que farei, se mo pedires.

Por vezes não controlamos os factores exteriores, que nos tentam derrubar, que nos tentam ferir onde nos dói mais…não controlamos mas podemos superar e, eu sei, que nós conseguimos…sempre o fizemos.

AL, que neste dia importante percebas o quanto és importante para mim e para todos aqueles que te amam…que te sintas realizada em todos os aspectos…que sejas sempre mais feliz, porque se tu o fores…eu serei.

És a minha vida…Vivo-te, amo-te…ab mio pectore...

Para sempre, completamente, teu…

L.

quinta-feira, novembro 08, 2007



Não tenho tido muito tempo...

sábado, outubro 27, 2007

E se o amanhã nunca chegar ?



"Falar em perdas é falar em solidão, tristeza, desesperança, medo. Quando digo perdas, não estou apenas me referindo aos que morrem, mas a todos que de alguma forma, nos deixam prematuramente, antes que estejamos preparados.
Um amigo que se muda para longe, um namoro interrompido abruptamente e até mesmo um ente querido que se vai, provoca sempre em nós uma sensação de vazio.
E porquê isso? Porque sofremos tanto, mesmo sabendo que estas perdas ou partidas inesperadas são inerentes á vida, e que portanto, náo podemos controlá-las?
Não saberia responder com precisão á pergunta feita em cima, mas, o que me parece mais coerente é que nunca estaremos prontos para nos acostumarmos com a falta dos que amamos. Por mais que saibamos, que a qualquer momento eles nos faltarão, temos sempre a predisposição em acreditarmos que quem nos ama nunca nos traíria , nos privando do seu carinho, afecto e amor.
Ledo engano. São justamente os que mais amamos, que mais nos machucam com suas partidas inesperadas. Vão-se sem aviso prévio, e levam a nossa felicidade, a fé na vida, o equílibrio ...
O que fazer então? Não amarmos? Não nos permitirmos gostar de alguém pelo simples facto de que seremos, mais cedo ou mais tarde, deixados para trás na vida, entregues ás nossas angústias e remorsos por não termos dito tudo ou não termos feito o suficiente por eles? Creio que não. Se há algo na vida que mais nos trás felicidade, é sabermos que somos queridos e não seria honesto nos privarmos de tal sentimento por covardia.
Um amor de pai e mãe, o carinho de um amigo ou o afecto de uma relação a dois, deve sempre se sobrepor ao medo da perda. Porque ela é inevitável; o sentimento não. Deve de ser exercitado, todos os dias de nossas breves vidas.
Ele é o que nos move, nos dá o chão para que possamos caminhar pela vidacom a certeza de que, haja o que houver, teremos sempre alguém com quem contar, que nos apoiará mesmo nos momentos em que não tenhamos razão.
Esta, meus amigos, deve de ser a maior lição deixada pelos que partem sem nos avisar: lembrar-nos que devemos sempre curtir aqueles que amamos com a intensidade proporcional á brevidade de uma vida. Porque quando nos faltarem, saberemos que amámos e fomos amados, que demos e recebemos todo carinho esperado, que construímos um sentimento que nenhuma perda poderá apagar. Este sentimento transcende o espaço e o tempo, não se limita ao contacto físico.
Torna-se parte de nós, impregnado em nossa alma, nos confortando nos dias dificeís, sendo cúmplices de nossas vitórias pessoais, norteando nossa conduta, nos fazendo sentir eternamente amados.
Que me perdoem os físicos, mas neste caso, acredito sim que dois corpos podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Basta que permitamos, sentir a presença dos que amamos, dentro de nós, como se fossem parte de nossa alma.
Só assim seremos inteiros. "

Luiz Henrique Zanforlin

Por vezes somos afectados por estados de espiríto, provocados por situações inesperadas, confusas e tristes. Estou num desses momentos da minha vida, e este texto acima transcrito, foi-me enviado por email, por uma pessoa muito querida, e traduz na perfeição o estado em que me encontro. Ao descrever-me neste exacto momento, eu própria não encontraria melhor forma.... por isso decidi partilhar com quem me lê ...

Pandora

segunda-feira, outubro 22, 2007


Conheceram-se como se conhecem a maioria dos amantes, por acaso. Não viram nada de especial um no outro, não trocaram números, não tiveram intenção de se voltar a ver, dormiram sem pensar um no outro…mas, o acaso uniu-os de maneira inesperada.

“- Mariana? – perguntou ele numa das muitas ruas que percorria até casa.
- Sim…- disse ela sem se lembrar, ao certo, da pessoa que falava para ela.
- Sou eu, o João…Conhecemo-nos no…
- João…lembro-me!”



Tão fulminante como o primeiro encontro, foi o segundo, daí partiram para o terceiro…arranjando sempre algo mais para fazer…algum tempo mais para pensar se era realmente aquilo que estava previsto…assim passaram uns meses… não, não estou a exagerar…assim passaram uns meses.

“-Tens sonhos? – perguntou-lhe ele numa daquelas em que se dedicavam um ao outro.
- Sonhos? Que tipo de sonhos?
- Tens objectivos para o futuro? Por exemplo…comprar um Ferrari! – brincou ele.
- Tenho…- disse ela tristemente.
- Posso saber quais?
- Não importa…não vai haver futuro…”


Ainda agora se culpa por não ter questionada aquela afirmação…ainda se culpa por não a ter agarrado e dito que sim, que tinha futuro…que ela era o futuro dele…ele o dela…Ele sabia, mas ela sabia mais.

Costumam dizer que as más notícias correm depressa, às vezes deviam correr mais depressa, ser mais, talvez assim poupassem algum sofrimento.

“- E putos?
- Putos? – perguntou ela amparando-se no ombro dele.
- Sim, putos..Bebés, chorões, miúdos, crianças, filhos..aquelas coisinhas pequeninas?
Ela riu e não disse nada.
- Não queres coisas pequeninas para te chatearem? – insistiu ele.
- Não.
- Não? Não acredito, Mariana!
- Não tenho tempo…
- O trabalho não é tudo…E eu quero ter milhentos!
- João, tenho que te contar uma coisa..”


Naquela noite chorou, chorou muito, como prometera não fazer…Ela embalava-o junto ao peito, como quem embala um bebé de colo. Sussurrava-lhe coisas impensáveis ao ouvido, secava-lhe as lágrimas com os seus beijos…a doença já era parte dela, já não a surpreendia apesar das fortes investidas…

“- Vamos consultar outros médicos, vamos a outros países…tem de haver cura..tudo tem cura!
- Não há, João.
- Vem comigo, eu encontro…prometo-te que encontro! – dizia enquanto lhe agarra a mão branca.
-Não quero passar o tempo a viajar de hospital em hospital…eu nunca estive melhor.
- O que é que eu posso fazer?
- Nada.
João levou as mãos à face tentando conter a nova investida das lágrimas.
- Podes fazer uma coisa… - emendou ela.
- Diz..Eu faço tudo!
- Abraça-me.”



Passaram-se dois anos…A doença não se manifestava todos os dias, não se manifestava com muita força, deixando espaço para alguns sonhos…para algumas esperanças.

“ E putos? – perguntou ele novamente.
- Putos?
- Sim, putos…bebés, chorões, crianças, filhos…aquelas coisas pequeninas..
- Não tenho tempo, eu…
- Tens! – interrompeu-a ele. – E vais ser uma excelente mãe!”
Era Verão quando ele a encontrou a chorar, era Verão quando ele viu a fiada de cabelos que havia caído…era Verão quando a doença decidiu mostrar-se…Foi no Outono que se revelou…

“ Não imaginas a raiva que aquele homem me mete…- desabafou ele. – Não merece respirar..
- Sai. – disse ela olhando para a porta.
- O quê? Que se passa?
- Nunca imaginei que fosses fútil ao ponto de dizer uma coisa dessas…
- Amor..estou a falar por falar…então?
- SAI! SAI DAQUI PARA FORA! – disse ela empurrando-o. – Não te quero ver mais há minha frente, João! Nunca mais.
- Mas Mariana…
- SAI!.”
Ele fez-lhe a vontade…Saiu, olhando para trás a cada passo…pensando que tudo se resolveria no dia seguinte…que era apenas uma discussão, que tudo se resolveria…ela sabia mais.
Passadas quatro horas recebeu a notícia…Tinha desfalecido e nunca mais acordara…Mariana tinha morrido.

Vestiu o seu fato preto…colocou o papel no bolso interior. Pegou na flor preferida dela, em tons de amarelo e colocou-a no bolso…

Quanto todos se afastaram, a muito custo, debruçou-se sobre a cova fresca…amaldiçoando Deus e os Deuses…olhou para o fundo castanho debruado a dourado, tirou o papel que tinham escrito…pigarreou e começou a ler…o que ele leu…só eles sabem…o que eles sentiam, é obvio.




Em memória de Alexandra...

sexta-feira, outubro 12, 2007

Longa vai a noite ....


Quando o caminho percorrido, não custa, e olhamos para trás e constatamos que o fizemos através das pegadas nele existentes ... a vida torna-se real!
Dados concretos levam-nos a sentir a realidade daquilo com que lidamos diariamente ...
E é tão fácil abstraírmo-nos da realidade ...
Basta um fechar de olhos, e voamos. Para aquele sítio onde sem dúvida gostariamos de estar, onde imaginamos tudo perfeito, e a frase : " Aqui vou ser feliz " se aplica na perfeição ...
É, apenas naquele Mundo que gostaríamos de permanecer e dele disfrutar ao máximo.
Caminhando já há algum tempo, dou-me conta que não saí do mesmo lugar e um " Terra chama Ana " traz-me de volta á realidade ...
A realidade que eu escolhi, que eu criei para mim, que bem ou mal tenho que a viver porque assim escolhi ...
Além disso, cada vez que me apetecer, posso sempre fechar os olhos, e voar ...
Longa vai a noite ...
São horas de regressar!

Pandora

terça-feira, outubro 09, 2007

Sento-me. Ligo o computador. Ultimamente este é o meu porto de abrigo, a minha ligação preferida, o meu tempo... e usufruo dele com a alma cheia, o coração aberto e um sorriso nos lábios.

Os anos que já vivi sempre se pautaram, felizmente, por acontecimentos maioritariamente fáceis. Deles retirei a alegria de viver, de trabalhar, de lutar pelos meus objectivos e de construir uma vida, de certa forma à minha maneira: simples, clara e objectiva.

Quando todos os outros achavam que estava na altura de sair, de conhecer pessoas, de romper as noites até à madrugada, já eu me tinha cansado e decidido fugir dali. Não isolar-me dos que me acompanham desde que me conheço, apenas seguir um rumo diferente e tentar perceber se os outros me respeitam pela opção. Quase sempre o fizeram...

Quando tinha tudo para vingar numa profissão escolhida por mim, num local certo, com horário certo, com colegas certos, com casa certa, decidi fazer as malas e partir para uma ilha. Queria sentir-me útil, queria estar só, queria fechar os olhos e tentar conhecer-me... Sei hoje que a minha utilidade teve os seus dias, a minha solidão quase me endoideceu mas conheci-me. Completamente!

Quando tudo o que me rodeava estava mais do que preparado para que a minha vida estabilizasse, com a casa dos sonhos, com o marido ideal, com a perspectiva de filhos, com o cão no jardim… decidi fugir dos planos, envergar pelo incerto sem rodeios, tomar as minhas decisões, arriscar, bater com a cabeça mas aceitar esse erro como forma natural de aprender, usufruir do não planeamento, do caos, da anarquia de sentimentos que me invadiram… Sei hoje que o egoísmo se paga caro, que não nos podemos desligar daqueles que se unem a nós, que há sentimentos que não podem e nem devem ser quebrados com facilidade, até porque, são dolorosos, e, acima de tudo, sei hoje que a verdade magoa. Muito.

Quando todos diziam que a realidade era o que existia, que os factos não se discutem, que as tristezas são incontornáveis e que as lágrimas são um caminho e não uma reacção já eu acreditava que a realidade só faz sentido vivendo em sintonia com o sonho, que os factos só são factos porque podem ser discutidos, que as tristezas são perfeitamente combatidas quando lhe atiramos à cara alegrias, por mais pequeninas que sejam, e que as lágrimas não são nem caminho nem reacção. São antes gotas de nós que, aqui e ali, se mostram… gotas que têm sabor a mar. E, arrisco-me a dizer que, só por saberem a maresia já são imensas…
Simples, clara e objectiva!! Não vos parece, pois não??!!

quinta-feira, outubro 04, 2007

Who Will Cry for the Little Boy?



Who will cry for the little boy?
Lost and all alone.
Who will cry for the little boy?
Abandoned without his own?

Who will cry for the little boy?
He cried himself to sleep.
Who will cry for the little boy?
He never had for keeps.

Who will cry for the little boy?
He walked the burning sand.
Who will cry for the little boy?
The boy inside the man.

Who will cry for the little boy?
Who knows well hurt and pain.
Who will cry for the little boy?
He died again and again.

Who will cry for the little boy?
A good boy he tried to be.
Who will cry for the little boy?
Who cries inside of me?
Antwone Q Fisher

segunda-feira, outubro 01, 2007

Não te amo..

Não te amo..
Já te amei, muito, mas já não te amo.
Custou-me a perceber que sensação era esta que me corrompia a mente noite e dia, que me mantinha acordado a pensar em tudo e em nada…custou-me a perceber porque já não olho para ti da mesma maneira…agora percebo, já não te amo.
Não penses que deixei de te amar de um dia para o outro…é mentira. O processo já começou há muitos meses…muitos mesmo...
O verbo amar não tem qualquer significado na nossa relação, já teve…O amor não explica o que sinto por ti, fica muito aquém…
Eu não te amo, eu vivo-te. Tu não és a minha amante, tu és a minha vida, conheço-te como me conheço a mim…e o “eu” sem “tu” não faz sentido…nós seremos, sempre Nós…
Há quem diga que é impossível morrer por amor…mentira, tu sabes…Eu era capaz de morrer por amor…porque se te levassem de mim, levavam a minha vida…

Eu vivo-te e viverei..porque a finitude não é para aqui chamada!~

"I hope you don't mind, I hope you don't mind That I put down in words"

domingo, setembro 30, 2007

Ela seguia-o…

Inconsciente, torpe e quase levitando… caminham calmamente por entra a multidão mas a ela, parece-lhe, que vão quase a correr. Ele prende-lhe mais a mão e lança olhares por cima do ombro talvez com o intuito de se certificar que é a mão dela que segura firmemente…
O percurso não foi em nada planeado, surge naturalmente, e os corredores cresceram e multiplicaram-se estupidamente… Impunha-se sair dali. Era fundamental estarem apenas os dois. Ninguém falava, nem sequer era preciso. Ele tomava as rédeas e ela concordava com as atitudes… Uma comunicação perfeita e bilateral mas, ao contrário do normal, apenas feita e pensada com o corpo…

A noite já ia alta e apenas umas luzes aqui e ali iluminavam o caminho que o carro dele, velozmente, percorria. Não sabiam para onde estavam a dirigir-se. O caminho era totalmente desconhecido mas o que realmente era importante é que estavam juntos novamente. Respiravam o mesmo ar e podiam olhar-se sempre que quisessem… Ele conduzia concentrado. Ela colocou a mão dela na perna dele para não perder o sentido da realidade. Desta vez, recusava-se veementemente a sonhar. Queria a terra, queria o chão, queria a objectividade, queria algo físico e material… por um momento que fosse exigiria a verdade, os factos em detrimento das suas ficções, da sua imaginação, dos seus sentidos! Aquele indelével e mero toque de perna certificava tudo isto…

A estrada estava deserta e as luzes deixavam ver apenas alguns buracos e defeitos do percurso que faziam… sinuosas curvas e um deserto de casas. O céu estava pintalgado de estrelas. Ela olha pela janela e observa-as. Para ela são velas acesas… muitas…

Pensou que talvez aquela fosse a altura ideal para falar qualquer coisa que fosse e colocar algumas interrogações mas vendo-o tão calado e sério, optou apenas pela quietude das palavras e pensamentos. Não o queria perturbar mas era um facto que a sua curiosidade começava a alcançar o limite máximo. O que fazia ele ali naquele dia? Teria sido a primeira vez? Como a encontrou? Procurava o mesmo que ela procurou naquela loja? O que tinha feito durante todo o tempo que não se viram, ouviram e sentiram? Continuava só? Será que ele a vê como ela o vê em quase tudo que a circunda? Sente a falta do seu corpo, da sua voz, do seu sorriso? Tinha a certeza que qualquer coisa que dissesse naquele momento iria parecer inevitavelmente disparate e despropositado. Tentou desviar a sua atenção e os seus olhos fixaram-se nas mãos que seguravam masculamente o volante. Grandes e finas. Suaves sabia. As mãos que conheciam o seu corpo, aquelas que percorreram como não outras cada pedaço do mesmo… Estavam ali, paradas. Ao alcance das dela.

Subitamente ele pára o carro. E pára num pedaço de terra, no meio do nada…

O que se passa a seguir é pautado pela impulsividade, pelo desejo, pela ansiedade e pelo ímpeto de corpos que se reconhecem até porque são feitos da mesma massa, exactamente na mesma altura…

Sai bruscamente do carro. Atrás de si bate uma porta furiosamente. Fica parado do lado dela segundos apenas, mas que a ela, lhe pareceram uma eternidade. A barreira que os separa foi destruída e ele arranca-a dali. Encosta-a ao carro. Olham-se e despem-se totalmente com o olhar. Nada os impede hoje. Estão sós. Amam-se e vão continuar a amar-se… mesmo que amanhã acordem em camas diferentes, em quartos diferentes, em cidades distintas…

Ele aperta-a contra si e ela enrosca-se nos seus braços. Um abraço apertado, sem medida nem definição possível! Uma lágrima cai pelo rosto dela e, suavemente, ele trava-a e desenha o seu fim nos seus dedos… Beijam-se, num beijo que nasce tímido e depois se transforma em intensidade, ritmo e movimento. As mãos deixaram de ter lugar certo: as dela agarram-lhe o pescoço, as dele percorrem o cabelo dela e partem para as costas…

As velas continuam acesas agora numa noite que era prevista ser passada da mesma maneira que todas as anteriores… sem ele. Naquele instante de tempo, ela entrega-lhe e partilha o seu corpo. Ele faz parte dela. Misturam-se respirações, oos peitos disparam e exigem-se partilhas... daquelas que só são possíveis quando se ama profundamente, quando se é metade, quando se assumem definitivamente cumplicidades e vontades...

E... finalmente... no meio do nada mas com o mundo todo nas mãos... amam-se...

Lembranças ...


Porque os sorrisos, esses ... se soltam a cada minuto
E a cada momento, os seguras na tua memória...
Como quem guarda um segredo ...
Sem medo, de não o saber guardar ....
E os gestos, que se perdem no horizonte ...
Perto daquele monte, onde um dia te ouvi cantar ...
Palavras murmuradas de cores vivas radiosas ...
Com cheiro a rosas ...
Nesse teu secreto jardim ...
E foi assim ...
Que me lembrei de ti!
Pandora

sexta-feira, setembro 28, 2007

Alguém lhe toca no ombro… suavemente…

Ela abre os olhos e fixa-os na prateleira de perfumes que tem à sua frente… não, não pode ser… O tempo esticou-se novamente… e pela sua cabeça correram mil e uns pensamentos, mil e uma probabilidades… tinha a certeza que no momento em que se voltasse para encarar quem queria a sua atenção, quebraria o encanto… ou talvez não!

Apetecia-lhe eternizar aquele momento de dúvida… Fingir que era ele! Imaginar que ele pensou nela e ela nele exactamente à mesma hora, no mesmo local… Quase juraria que os dedos que lhe tocaram o ombro lhe pertenciam. Mas não… sabe que sonhar só a tem magoado ainda mais! A realidade era bem mais cruel… iria finalmente ganhar coragem para se virar… fá-lo-ia sem medo até porque a decepção era a garantia final.

Quase em câmara lenta volta-se…

Naquele preciso momento o tempo espacial sofre outra alteração: não se esticou nem prolongou… simplesmente… parou. A música deixou de se ouvir, as pessoas ficaram estátuas, mudas, e o espaço, que outrora fora amplo, ficou reduzido a míseros centímetros.
Ele estava ali à sua frente. Tinha vindo ao seu encontro e, quem sabe, até a esperava… estava de olhar sério e preocupado. Ela reparou que os seus lábios estavam secos e os seus olhos denunciavam cansaço. Olharam-se profundamente. Calmamente. Ninguém falou.

Ela aproxima-se mais dele. Solta uma das mãos do frasco que ainda segurava religiosamente e leva-a à face dele. Sente a pele macia. Toca-lhe nos olhos, nas sobrancelhas, nos lábios. Convencida de que ele é real procura a mão dele…encontra-a gelada. Agarra-a e aperta-a contra si. Finalmente ele esboça um sorriso tímido. Parece perceber, também, que é ela… que ela está ali, presente!

Num movimento brusco puxa-a para si… os corpos colam-se e ficam imóveis… ambos fecham os olhos e entregam-se a um abraço apertado… ele toca-lhe no cabelo, sente-o por entre os dedos… passeia as mãos pelo pescoço dela e beija-o suavemente… ela crava as mãos nas costas dele!

Sentiu vontade de lhe dizer tanta coisa, de tantas maneiras diferentes: gritar-lhe por se ter demorado tanto, por teimosamente permanecer longe e por ter suportado as saudades durante aquele tempo; dizer-lhe que a vida sem ele não fazia sentido e admitir que com ele seria tudo menos fácil, sussurrar-lhe ao ouvido que o queria como nunca tinha desejado ninguém na vida; reconhecer a falta dele mas, da mesma forma, afirmar que a vida tem de continuar… pedir-lhe secretamente que fujam ambos dali, que desapareçam do mundo real e que se escondam num local secreto só deles mas, ao mesmo tempo, reconhecer que a coragem dele não chega para os dois, que ela é cobarde… garantir-lhe que o sorriso dela depende, inevitavelmente do dele… agarrar-lhe com força os colarinhos, puxá-lo contra si, encostar a sua cara à dele e acentuar que o vazio deixa de existir quando ele está por perto…

Naquele dia que em tudo se previa normal, ele quebrou-lhe todos os pensamentos… Afastou-se um pouco, prendeu a sua mão à dela e proferiu, finalmente, as primeiras palavras. Fê-lo de forma segura, firme, rápida e quase autoritária. Pareceu gritar apesar de ser nada mais do que um suspiro.

“ Quem disse que há momentos e horas para se amar? Segue-me…”

De um momento para o outro a vida voltou ao normal, como se um ser algures por ali tivesse carregado no play no filme da vida de todos os outros… A música, essa, regressou baixinho…

Ela seguia-o…

quinta-feira, setembro 27, 2007

Ok...já que é isso que querem...


A caminho da cama

Quem diz que Amor é falso ou enganoso,
Ligeiro, ingrato, vão desconhecido,
Sem falta lhe terá bem merecido
Que lhe seja cruel ou rigoroso.

Amor é brando, é doce, e é piedoso.
Quem o contrário diz não seja crido;
Seja por cego e apaixonado tido,
E aos homens, e inda aos Deuses, odioso.

Se males faz Amor em mim se vêem;
Em mim mostrando todo o seu rigor,
Ao mundo quis mostrar quanto podia.

Mas todas suas iras são de Amor;
Todos os seus males são um bem,
Que eu por todo outro bem não trocaria.

Luís de Camões

A rotina diária regressára...

O trabalho, as refeições rápidas e mal tomadas, as idas à sua terra no final da semana,em busca de algo que nem ele próprio sabia definir...
Talvez fosse a vontade de rever a família, de falar das traquinices que fazia em miudo com os seus amigos...
Ou talvez fosse, simplesmente, falar sobre ela com alguém. Nunca o fazia...não porque não tinha vontade, claro que tinha, gostaria de dizer a todo o mundo aquilo que ela era, o que representava para ele,mas nunca o fazia...
Além disso quem é que acreditaria??
Quem é que acreditaria que existe alguém que nos faz sorrir todos os dias?
Que nos faz assim tão feliz?
Que nos faz ter vontade de ser melhores pessoas?
Que faz dum momento banal,a experiência mais enriquecedora das nossas vidas?
E tudo isso sem estar presente fisicamente?
Só pessoas muito especiais têm esse dom.

Quem o conhecia melhor sabia que ele andava diferente, apesar de ser alguém bem disposto, aquele não era o sorriso de sempre... Notavam-lhe diferenças, diziam-lhe que parecia até viver num mundo diferente...e, realmente, vivia.
Perguntavam-lhe vezes sem fim o que se passava, ele limitava-se a responder o mínimo. Insistiam...ele sorria.
Quando regressava a casa, sentava-se por breves instantes e imaginava-a ali... O seu cheiro, o seu toque, a sua voz, o seu sorriso...
Pensava no quanto seria bom tê-la ali... naquele momento... Ouvi-la falar, vê-la sorrir, ver aquele seu jeito envergonhado quando ele a fixaria nos olhos...
Todos esses pensamentos pareciam ser reais... ele tinha a certeza de que a ouvia falar,de que a via rir, de que a sentia respirar...
Entretanto voltava a si e olhava em direcção à janela, aproximava-se dela e olhava para a rua deserta... Nada se passava.
Tinha vontade de a ver,de estar com ela... as saudades sufocavam-no...
Não lhe apetecia estar em casa... saiu,pegou no carro e foi até uma esplanada. Sentou-se e observava em seu redor... Observava tudo e todos,via os namorados a abraçarem-se, beijarem-se e imaginava-se com ela... Todos os carros parecidos com o dela, ele observava-os atentamente... afinal,nunca se sabia...
Ficou ali algum tempo...a observar...a imaginar...a pensar...
Queria ter a coragem de se sentar no carro e ir... jà o tinha feito três,quatro,cinco vezes e nunca tinha chegado ao seu destino... Fazia o trajecto na sua metade e acabava sempre por regressar ao ponto de partida. As perguntas que o assaltavam durante o caminho impediam-no de prosseguir...
Mas hoje sentia-se diferente...as perguntas e as respostas?? Não queria pensar nelas...
Entrou no carro... e foi...

quarta-feira, setembro 26, 2007

Divagações ...

Ele :

"Pareço um puto quando te vejo ... quando fico a olhar-te assim ... serenamente! Só eu sei como este querer me percorre a alma, de uma ponta á outra em segundos ... como dói, este doce querer, este doce arfar que me sai do peito, em jeito de agonia por apenas te poder olhar... e é tão lindo, ver-te assim, adormecida, nessa doce expressão celestial, onde não existe bem nem mal ... dói querer assim e não poder ... tocar, cheirar, sentir, ver sorrir ... os actos de loucura pagam-se com preços muito altos, juros que não acabam nunca ... e eu paguei!
Cada sorriso teu, é um amanhecer, mais brilhante que o próprio Sol, essa estrela divina, que nos indica que mais um dia chegou, não a mim, que para mim o meu dia só começa quando vejo o teu doce sorrir ... ficas linda vista daqui ... serena, calma, raio de luz replandescente ... e nunca foste minha! Nunca! ... Só eu sei o que sinto, quando fecho os olhos e não estás.
Só eu sei como fico, quando choro o tempo que perdi; os momentos que poderiam ter sido vividos ... e este amor que sufoca o peito provoca mágoa, e a mágoa que sinto, só desaparece quando finalmente me deito a teu lado, e passo os dedos no teu cabelo, que cheira a jasmim no meu pensamento ... é um tão bem querer... amar-te sem limites, sem preocupações, como um amor deve de ser vivido, pleno de sentires ... lá fora chove, a janela está semi aberta .... inclino-me para te sentir e uma lágrima minha acorda-te. Levantas-te, olhas o Mundo lá fora, vês como chove e pensas que a minha lágrima foi um pingo de chuva trazido pelo vento ... estou atrás de ti .... sentes a brisa nos teus cabelos ... fechas a janela e eu recuo!
Pareço um puto quando te vejo .... só me apetece sorrir ...
Deitas-te e voltas a adormecer ....
Dou-te um leve beijo, tiro as asas, coloco-as a um canto e deito-me a teu lado .... a ver-te dormir!"
Pandora

terça-feira, setembro 25, 2007

Depois daquele dia nunca mais se cruzaram. Sentiam-se no mesmo País, sabiam-se em cidades diferentes, pressentiam-se quando algo corria menos bem, ouviam-se quando chegava a hora do silêncio… tinham a certeza da existência um do outro. Algo permanente, forte e presente. No entanto, em nenhuma altura, se encontraram… nem no canto deles nem em outro local qualquer. Tudo foi estranhamente natural: não se apresentaram nem se despediram. No íntimo talvez soubessem que uma despedida seria impossível e sem sentido!

Aquele seria um dia como tantos outros. Levantar cedo, correr contra o tempo e entrar no local de trabalho com o sorriso e a disposição que lhe eram sua característica. Muitos já a tinham abordado algumas vezes gabando-lhe a felicidade quotidiana, o trabalhar com a calma necessária… outras tantas vezes ela agradeceu a simpatia mas interiorizou tristezas que, em nada, se identificavam com aquele estado de espírito. Sentada na cafetaria reparava nos outros que a rodeavam, observava comportamentos e partilhava conversas triviais. Queixas, sobretudo queixas era o tema principal. Ninguém estava satisfeito com o que tinha, aliás, nem ela própria estava. Nunca o confessou. Teve, porém, a certeza que muitas daquelas pessoas nunca tinham vivido o que ela viveu em apenas semanas. Sabia-o. Imaginou que muitos deles não soubessem o que é sentir-se dentro de alguém. Como sendo parte de um todo. Como complemento. Como prolongamento de algo que só existe quando há soma de dois. De um “eu sou tu”… Tristes por desconhecerem o que ela conheceu com todos os sentidos, com o corpo e com a alma… Será esta a razão da sua “felicidade”: não vive o amor no presente mas respira-o porque ficou-lhe tatuado no corpo.

Depois do dia de trabalho arrastou-se até ao centro comercial perto de casa. A lista ficára esquecida em casa, como sempre, e durante a viagem de carro apontava-a mentalmente. Nada poderia ser esquecido porque, a cada dia que passava, detestava mais a “ida às compras”! Estacionou o carro. Fez a chamada habitual aos pais e entrou.

Muita gente. Muito barulho, alguma confusão… não sabia porque razão aquilo acontecia mas, de quando em vez, procurava-o na multidão. Procura sempre esperada vã, mas mesmo assim fazia-o… Alguém tinha o andar semelhante… outro o cabelo… outro ainda os olhos… mas nunca ele!! Engendrava mil e umas razões para ele, por casualidade, aparecer por ali… uma saída planeada ou não, trabalho, saudades dela, um passeio, qualquer coisa mais ou menos plausível que obrigatoriamente exigisse a presença dele ali. Chegava sempre à mesma conclusão: nada, nada o faz estar ali. Uma conclusão tardia. Feita praticamente à porta de casa.

Porventura poderia ser considerada louca e alienada do mundo terrestre mas há muito que ela tinha desistido da ideia de se preocupar com o que os outros pensam: sobre ela ou sobre a vida.

Talvez por isso, naquele dia que, em tudo, seria igual a todos os outros, não tenha percebido porque lhe apetecia tanto cheirar o ser que ele era… Era algo quase incontrolável. Como um qualquer vício. Precisava de o sentir mais perto e essa seria a forma mais real e possível. Rapidamente elegeu uma qualquer loja de perfumes para pôr em prática o seu plano.

Entrou com a confiança própria de alguém que vai comprar um presente perfumado e que sabe exactamente aquilo que quer. Dirigiu-se paulatinamente à secção de Homem. Pousou os olhos em várias embalagens e apeteceu-lhe, quase instintivamente, sentir algumas fragâncias. Não o fez. Como apreciadora amadora de odores embalados sabe que o sentido seria perturbado por outros cheiros e não aproveitaria na íntegra o eleito.

Viu-o finalmente. Sabia o nome de cor. O interior do frasco também estava gravado em si mas hoje, naquele dia normalíssimo, queria senti-lo mais forte, mais presente, mais intenso.
Pegou no frasco e, contrariando o papel rectangular que pedem para utilizar, levou o frasco ao nariz. Fechou os olhos e por segundos… milésimos de segundos talvez… sentiu os lábios dele, as mãos pelo seu corpo, o abraço forte… de olhos fechados conseguiu vê-lo a rir de tudo o que ela dizia, desenhou-o sentado à mesa, deitado na cama… ouviu-o a ordenar que se calasse e o beijasse, ouviu as juras de amor sem um único “talvez”, sem uma única promessa… sorriu ela também…

Alguém lhe toca no ombro… suavemente…















segunda-feira, setembro 24, 2007


Muito bem…estamos a evoluir!
Agora já não me mandam [Só] dormir!..feliz em ver que, até agora, a primeira alínea continua vazia…e com isto não vos pretendo relembrar da sua existência, nem fomentar o voto na mesma…
Ainda faltam três dias…
Votem! ou querem que eu fique na dúvida para sempre?? [ Cheirinho a recruta a passar para o blog…passaria ainda mais se me ouvissem falar…estou rouco!]

Eu ... Pandora!

É com imensa satisfação que entro nesta parceria com o Aquiles e a Selene ... desde já o meu agradecimento pelo convite :)))
Pandora .... fonte de energia, misteriosa, aquela que desperta curiosidade ...
Sou eu ... euzinha, misteriosa, que desperta muitas vezes curiosidade, e fonte libertadora de energia ... energia para dar e vender ...
Aos meus companheiros de escrita ... espero que apreciem a minha estadia.
Aos nossos leitores, que passem por cá sempre e que cada vez que venham, que saíam com o desejo de voltar rapidamente! :))))

Pandora

A nova Guerreira!

Meus caros, este espaço fez uma grande aquisição…abram alas para a famosa…a única…a talentosa Fabiana!
Devem conhecer a nova contratação do blog “ Voar no Infinito”
Neste blog vai assinar como Pandora…já vai dizer porquê.

Pandora…a bola está do teu lado..chuta!

sábado, setembro 22, 2007

Estupidamente feliz…

É assim que me tenho sentido ultimamente…estupidamente feliz.
Mandam-me fazer um trabalho que odeio…fazer de ama-seca a possíveis recrutas…ensinar pessoas que nunca irão aprender…correr mais do que as pernas querem…e, no fim, não consigo de parar de sorrir…estupidamente feliz.
Tratam-me mal e eu não fico enervado…fazem-me perguntas estúpidas e eu respondo com vontade…Acho estranho! Sinceramente, não é normal na minha pessoa.
Leio na sondagem “ Vai-te deitar!” e só me apetece escrever mais um texto…meu deus…acho que tenho que duplicar a dose dos comprimidos, esta já não está a fazer efeito.
Acordam-me de madrugada…duas vezes seguidas…e não me atiro ao pescoço do infeliz, pelo contrário rio-me e brinco quando o ameaço…É ESTRANHO!
E estou a escrever este texto e ainda não consegui parar de sorrir da estupidez do mesmo!
Acho que atingi a fase mais feliz da minha vida…podia ser perfeita, só falta uma coisa…muito importante, que é segredo =p…mas ela virá, e nesse dia…nesse dia vou poder afirmar com toda a certeza que sou, realmente, muito feliz!
Mas, mesmo assim…nunca fui tão feliz na minha vida…tenho que agradecer a muitas pessoas, elas sabem…fica aqui o meu obrigado.


PS :Já agora…para completar a minha felicidade…Selene…não queres escrever um dos teus textos que me deixam a pensar? Queria saber se, afinal, aquela vez foi mesmo a última..se foi a despedida…Por favor? Muito agradecido *.

sexta-feira, setembro 21, 2007

Porquê???


Mas porque é que toda a gente responde “Vai-te deitar!” na sondagem??
Eu não quero dormir…a noite ainda é uma criança…e eu ainda tenho que planear o contra-ataque.


L . ( Pensando em aderir ao celibato)

L. segundo Al

O texto que se segue é da autoria da, minha mui amada, Al…ainda não o li…porque tenho alguém atrás de mim a fazer por isso. Divirtam-se…eu vou começar a cavar o buraco para me esconder.


"Preparem-se para um discurso tipo candidatura à presidência da república, com uma diferença:

Aqui só serão lidas verdades!

Em primeiro lugar, como nota introdutória :
- Eu não sei escrever. A única coisa que eu escrevia bem eram cábulas, já lá vão uns anos.
- Eu não gosto de escrever. A único coisa que, ainda hoje, gosto de escrever são relatórios incriminatórios dos mauzões de Portugal.
- O L fez-me uma promessa irrecusável, por isso é que estou a escrever isto. ( ofereceu-se para fazer o JANTAR…lembrou-se também de ameaçar ir dormir para o sofá, eu quero acreditar que fui influenciada pela primeira.)

O que me foi pedido em troca :

As palavras dele – “ Escreves um texto sobre o je…para não parecer que sou imparcial, percebes? Assim podem ler a tua versão da história!”

Então, quem é o L?
- É um mulherengo! Sim, por muito que ele negue, adora saber que conseguiria mudar de mulher todos os dias se assim desejasse. É, portanto, um conquistador com muita lábia.
- É o sentimental cá de casa. É da boca dele que nascem frases como: “ Amorzinho violento da minha vida!”, “ Tão romântico!”
- O L é a madre Teresa de Calcutá encarnada em homem. Ajuda as desamparadas todas. Mencionei o feminino porque é a maioria.
- É o Dalai Lama das mulheres de Portugal. Elas seguem-no e ele discursa e sorri ( o famoso sorriso “ Já cá canta”). É, portanto, um líder incontestável.
- Tem um fragata de chatas, melgas, e loiras oxigenadas atrás dele, não que as loiras não sejam melgas…e chatas.
- É das pessoas mais impulsivas que conheço. Palavras como “ Mafioso” não devem ser-lhe dirigidas, sobe pena de provarem um dos famosos murros e pontapés dele.
- É viciado em ginásio, kickboxing, livros, e, claro, mulheres ( não adianta negares! Eu sei), este último tem estado controlado e centrado em mim…sim LOIRAS, em mim!
- É muitooooo ciumento. E passo a contar um episódio recente :
Quem é que daqui nunca foi abordado por um fornecedor de serviços de internet?? Eu fui, ontem. Dobrei o papel, enfiei-o no meio do livro e, sinceramente, nunca mais me lembrei dele…até o L decidir descer as escadas a trote e perguntar, muito branco, “ Quem é o Rui????”. Primeiro que eu conseguisse fazê-lo acreditar na minha versão, tive que suar muito.
- É um arrogante de primeira. Nunca se sabe quando é que ele está a ser arrogante ou sincero. As pessoas que ele não gosta, não costumam ficar com muito boa impressão dele.
- Tem mau acordar. Muito mau acordar. É capaz de blasfemar contra o despertador durante largos minutos antes de o desligar…por isso é que eu tenho muito cuidado quando o acordo.
- É teimoso.
- Quem diz que os homens não choram, não conhece o L. Ele chora quando tem de chorar e ri quando tem de rir. Faz parte do charme.
- O que consegue enervar o mais calmo dos seres humanos (tipo eu), como por exemplo uma frota de pitinhas histéricas, só faz o L rir e rir. Elas adoram-no, ele nem por isso, mas ri..eu disse que ele conseguia ser arrogante.

São estas coisas que fazem com que o L seja o meu tipo de homem.

Por agora chega. Um dia destes continuo.

Dou o texto por encerrado, alguma dúvida ou pergunta dirijam-na ao Aquiles e ele avisa-me, para assegurar o bem estar físico da suas costas, porque o sofá ainda não está descartado!
Eu ando por aqui, a proteger o território das frotas inimigas de chatas, perseguidoras…sem amor à vida.

PS: Já agora...L. és o tal.

Boas Noites!


Al ( De m9 pronta a disparar!)

quinta-feira, setembro 20, 2007

Sondagem

Eu…Aquiles…mais conhecido por arrogante egocêntrico com a mania da perseguição…venho por este meio pedir a vossas excelências para dispensarem um pouco do vosso precioso tempo a responder à sondagem que se encontra à vossa direita…sim, essa mesmo.
Chamemos-lhe curiosidade profissional…Sou perseguido por essa questão há meses, também sou exagerado…porque acabei de me lembrar de tal coisa.
Respondam ou eu…eu…EU CHORO ( Costuma resultar nos filmes!)

Muito agradecido…

Aquiles o arrogante egocêntrico paranóico ( com o sorriso “ Já cá canta” provisoriamente ausente)

Uma Taça para mim...


Bem…Não sei como, não me perguntem porquê, mas este blog reles acabou de receber uma taça muito gira…dourada e tal, oferecida pela minha companheira de longas conversas…Ana , que escreve no Voar no Infinito,http://sentimentossoltos.blogspot.com/…Ela um dia ainda me vai explicar o porquê da nomeação. Obrigado Ana =D

Um dos requisitos para ficar apto ao prémio é revelar os nossos sentimentos…

Pois bem, como me sinto?


Sinto-me muito bem, a vida corre-me maravilhosamente bem…quer no trabalho, quer pessoalmente.

Sinto-me amado e respeitado e sinto-me capaz de amar e respeitar…para mim isso chega.

E sinto-me mais leve…perdi dois quilogramas ( eu escrevo sempre tudo o que digo!)..ser pai tem destas coisas…

Não vou nomear ninguém em especial…Os blogs visitados por mim sabem..considerem-se, portanto, recebedores da taça.

Selene...passo-te o testemunho...Como se sente a menina??


PS : Um dia alguém me vai explicar porque carga de água é que eu não consigo por links..

domingo, setembro 16, 2007

Eu mereço...


Eu mereço…e para que não restem dúvidas…Eu mereço mesmo!
Desde pequenino…e quando digo pequenino é mesmo pequenino, tipo cinco anos, que tento sempre ter mais e mais.
Quando entrava numa loja com a minha mãe e ela me dizia: “ L, olha um livro tão interessante! Queres que a mãe to compre?”… eu dizia sempre “ Posso levar o carro também??”. ..Conclusão: Não trazia o livro nem o carro…arriscava-me, muitas vezes, a perder os meus direitos como detentor do comando da televisão.

Agora vocês pensam…” Mas que texto parvo, como o autor! Onde é que isto vai dar??”…ao que eu respondo “ Calma! Já vão entender…”.

…o que é que eu mereço?

Eu mereço uma mulher com um feitio igualzinho ao meu!

Hoje, domingo, efectuamos, como habitual, as nossas visitas de médico à minha sogra, à minha mãe, etc…no tempo que sobrou fomos a um local muito conhecido pelos ciclistas pouco civilizados ( isto explico noutro texto)…o parque das Nações!

Agora estão vocês a dizer: “ Sim…desenvolve!”

Passo então a explicar a minha frustração…

Em plena beira-rio a minha querida mulher…AL!...decidiu parar de observar o belo espécime da raça masculina ( que para quem não sabe..ou não entende, o que é muito natural, sou eu!...nos tempos livres sou também gabarolas…convencido e arrogante!)…para comentar os espécimes menos favorecidos que nos rodeavam…

“ Ela – Ahhh! A Primavera está, finalmente, a chegar [ em tom de velho afónico].
Eu- Huh? O que é que estás a dizer? [ Fazendo-me de estúpido…ok, sendo estúpido ]
Ela – Não estou a dizer nada...[ suspiro] Que rio tão bonito!
Eu- Al…o rio não é bonito, é o rio mais sujo de Portugal…Tu acabaste de comentar a aparência daquele coxo, maneta, visgolho, com pinta de homossexual???
Ela – Eu???? Nãoooooo![ Revira a cabeça] Achas mesmo que o âmbito da pesquisa dele são os homens??”

Concluindo…Sai de casa com dois maravilhosos espécimes masculinos ( eu e o Afonsinho, claro está) e queria voltar com três…quer sempre mais, sempre mais!

Não é caso para um homem ficar com os pensamentos a mil??


…Eu sei que não, mas digam que sim só para eu ficar contente…obrigado.

sexta-feira, setembro 14, 2007


Nos últimos tempos, tenho-me visto mais como pai do que como homem, (…muitos de vocês já estão a pensar numa frase de gozo para me dizer…podem esquecer), digo isto porque tudo o que eu faço é a pensar na minha família, nos meus filhos em particular.
Há umas semanas, por brincadeira, comprei umas t’shirts em tudo iguais, menos no tamanho…dei uma ao meu filho mais velho e fiquei com outra para mim…
Conclusão: Desde esse momento que tenho um pequeno clone.
O meu imperador entrou na fase em que imita tudo o que vê. Por exemplo, se eu tiro os sapatos, ele tira os sapatos, se eu pego no copo…ele pega no copo, se eu decido vestir uma camisa preta…adivinhem…certo, ele tem que vestir uma camisa preta.
Tenho vindo a constatar que ele me imita na maneira de falar…também. Eu digo muitas vezes “ Huh?”, ele decidiu adoptar a expressão e decide dizê-la cada vez que a ouve.
Agora vocês estão a perguntar: “ Ok…e o que é que eu tenho a ver com isso?”
Simplesmente não me lembrei de mais nenhum tema para escrever e já me sentia mal por não vir escrever alguma coisa…logo, se não gostaram, aceito sugestões de temas.


PS: Eu tenho lido tudo..tenho estado calado, mas não me esqueci.

Pensamento



“Ensinarás a voar…
mas não voarás
o teu voo.
Ensinarás a sonhar…
mas não sonharão
o teu sonho.
Ensinarás a viver…
mas não viverão
a tua vida.
Ensinarás a cantar…
mas não cantarão
a tua canção.
Ensinarás a pensar
mas não pensarão
como tu.
Porém,saberás que cada
vez que voem,
sonhem,vivam, cantem
e pensem…
estará a semente
do caminho
ensinado e aprendido.”

Madre Teresa de Calcutá

Dito por uma mulher que nunca foi, fisicamente, mãe…

quarta-feira, setembro 12, 2007

Não se pode forçar o “processo” de escrita pois não? Apetece fazê-lo, quer-se muito mas, por uma ou por outra razão, não se consegue... Desta forma, deixo apenas uma música que ouvi ontem... Simples mas, na minha opinião, cheia de conteúdo...


“Man gets tired
Spirit don't
Man surrenders
Spirit won't
Man crawls
Spirit flies
Spirit lives when man dies
Man seems
Spirit is
Man dreams
The spirit lives
Man is tethered
Spirit is free
What spirit is man can be …”

Waterboys

sexta-feira, setembro 07, 2007

A porta do quarto fecha-se bruscamente atrás de ambos! Quase imediatamente, como se fosse um caso de vida ou de morte e se necessitasse urgentemente de ar, os seus lábios unem-se... os braços atropelam-se na ansiedade de se voltarem a tocar... as horas que os separaram pareciam uma eternidade, demasiado longa para ser suportada de ânimo leve... os corpos reconhecem-se, moldam-se e tocam-se...

Seria hoje a despedida? Sim. Não?! Talvez...

Talvez cada um resolvesse seguir a vida que tinha escolhido antes. Uma vida que estava suficientemente preparada, estabelecida por eles e por outras pessoas que a partilhavam. Estavam conscientes, agora, que o que fora construído até então poderia viver durante muitos anos sem que os olhos de ambos se vissem. Era tão forte que sobreviveria a intempéries de tempo, distância e outras partilhas. O que tinham sentido, até ali, seria auto-suficiente, forte e perduraria independentemente do que o futuro e a vida possam trazer...
Sabiam-no. Como ninguém. Mas não falaram.

Ali os corpos completavam-se e os desejos mais profundos vierem à tona. Seriam apenas um. Aliás, creio até, que o foram sempre. Desconheciam e desconfiavam agora... ele adivinhava-lhe os pensamentos, ela as atitudes... ele completava-a, ela preenchia-o... ele ouvia-a atentamente, ela entendia-o na perfeição... ambos sonhavam, alto, riam-se dos sonhos, construíam vidas paralelas, viviam-na e ela ganhava vida... E, de tão reais que se tornavam as fantasias conjuntas, transformavam-se em actos palpáveis, com odor, com gosto e presentes!

O que viveram em conjunto nos dias anteriores tinha-os fortalecido... ou enfraquecido! As músicas ouvidas, escolhidas e interpretadas, dedicadas a um determinado momento, a um segundo apenas... as refeições sempre fugazes, entre risos e conversas rápidas, o degustar de uma comida que foi sempre considerada “inútil” já que o alimento vinha do sorriso, do olhar e do toque... as conversas mais ou menos filosóficas, mais ou menos sérias, mais ou menos intelectuais que apenas serviam para ouvir a voz de cada um deles e para observar as expressões do rosto... o espreguiçar de corpos nús, deitados na cama, entre lençóis, as mãos a percorrer e descobrir cada pedaço, a respiração partilhada que entretanto acalmou... aqueles momentos em que o mundo parou, literalmente, e o silêncio imperou entre os dois... as brincadeiras de almofadas, de força, de água, de cócegas que se desenvolveram infantilmente mas deixou-os livres... as palavras que disseram mais aquelas que não foram ditas e mais aquelas que ficaram por dizer e mais aquelas que não foram ditas mas sentidas em pensamentos... os cumprimentos tímidos de quem não se vê há horas e as despedidas dolorosas...

Seria hoje a despedida? Sim. Não?! Talvez...

A porta do quarto fechou-se, novamente. Pelo corredor apenas as não palavras. As pernas tremem e o coração ficou reduzido quase a pó. Despedem-se. Voltam costas e seguem caminhos opostos! Naquele momento toda a rua, todos os carros, todos as casas, todas as pessoas parecerem insignificantes... estranhamente desnecessárias!!
Em passos diferentes... em direcções opostas... o ser que era “um” voltou a dividir-se e, desta vez, apenas o une o mesmo pensamento: o pretérito nunca existiu, o presente passou rapidamente a passado e o amanhã já não lhes pertence...

Terá sido aquele dia a despedida? Talvez...

terça-feira, setembro 04, 2007

ARACNO-bllhheck-FOBIA

Com este título não há que enganar sobre o teor do meu texto. Há falta de melhor, descrevo-vos quatro situações. Apenas os actores secundários se repetem. As actrizes principais, todas elas personagens-tipo, embora da mesma raça, possuem características distintas. Apresento-as.

Miquinhas – a aranha campestre ( é robusta, de pêlo na venta, rechonchuda e imponente. Mexe-se como ninguém e é activa. As suas teias estão por todo o lado porque é trabalhadora e perspicaz).

Maria Emília – a aranha citadina (êxodo rural – saíu do campo e veio viver para a cidade. Desde aí mudou de nome. Agora é Lili. Um petit nom que se coaduna com a sua falta de pêlo, fruto da depilação a laser, da sua estrutura delgada e pose altiva. As suas teias, normalmente, ficam sempre perto de um espelho ou de um vidro. Vá-se lá entender o porquê destas bichices).

X8 – a aranha futurista ( Fina, quase sem cor e esquiva. Esconde-se nos nossos aparelhos electrónicos, nos buracos mais pequenos e gosta de construir teias em dois locais específicos: ou atrás de televisões, mantendo-se sempre informada, ou em carros, adora viajar).

Edna – a aranha estrangeira ( esta, de nacionalidade caboverdiana. É estranha, diferente e mais à frente compreenderão porque razão faz parte de um grupo minoritário. De média estatura destaca-se pelo ar exótico e queimado do sol.)

Apresentadas que estão as protagonistas partilho convosco os filmes.

1ª Situação
Na aldeia dos avós:
- Vai lavar as uvas antes de as comeres. Estão cheias de sulfato. Faz mal.
- Avôôôôôôô... está uma aranha gigante na lava-louças....
- E?
- Não consigo lavar as uvas assim...
- Deixa-te de fitas. Antes de chegares já ela estava aí. Respeita-a.

Conclusão: Não lavei as uvas. Comi-as mesmo assim. Diarreia no dia seguinte.
Resultado: Um ponto para a Miquinhas.

2ª Situação

Cidade Universitária. Oitavo andar. A minha vez de trocar de bilha (salvo seja!) de gás. Dirijo-me ao elevador. A porta abre-se:
- Susaaaaaaaaaanaaaaaaaaaa...
- Sim? O que foi?
- Está uma aranha enorrrrme no espelho do elevador. Não consigo entrar.
- É assim tão grande para não caberes?
- Tenho medo. Vá, anda cá.
- Não posso. Lamento. Acabei agora de pintar as unhas dos pés.

Conclusão: oito andares a descer a pé, oito andares a subir com uma bilha de gás cheia e pesada.
Resultado: A Lili levou-me à letra. Um ponto para ela.

3ª Situação

Viagem de carro. Numa via rápida. Subitamente, do espelho retrovisor, desce uma aranha, senhora do seu nariz, como se partilhasse comigo a mensalidade do carro, ao banco. Piscas e páro bruscamente na berma. Alguns minutos mais tarde e outro carro se junta a mim.
- Então menina o que se passa?
- Vai achar que sou doida mas está uma aranha gigante no meu carro.
- (rindo) Onde? Vou apanhar a sacana.
- Já está?
- Não a vejo, acho que fugiu. Ou morreu de susto com a sua travagem.
- Não posso seguir viagem sabendo-a aí!
- Olhe o mais certo é ter escapado no momento em que abriu a porta!
Alegrou-me mas não me convenceu. Segui viagem. Que remédio!

Conclusão: Dinheiro gasto numa limpeza extra de interiores.
Resultado: Vencida uma vez mais. Numa guerra desigual!!

4ª Situação:
- Bavvvvvvvaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa....
- Diga menina!
- Está uma aranha esquisita na outra janela do meu quarto!
- É esquisita porque é a única no mundo que não faz teia. Apanha os bichos no ar.
- Lindo. Uma raridade e logo na MINHA janela????
- Não fazem mal menina.
- Mas estão em vias de extinção?
- Quê?
- Se há muitas?
- Sim, por todo o lado..
- Então venha cá cima, por favor, assassinar esta...
- Agora não posso menina...

Conclusão: noite mal dormida, janela aberta, corrente de ar vinda do mar, demasiado fresca, constipação certa.
Resultado: One point to Cabo-Verde; Zero to Portugal. Edna é miss.

Alguém me disse que deveria ver o filme “Aracnofobia” para perder o medo. Não sei quem foi o/a iluminado/a. Não resultou. Durante meses sacudi todo o meu calçado antes de o calçar; andar de mota nem pensar porque isso implicava colocar um capacete; quando entrava na cave da casa dos meus pais examinava cada canto meticulosamente e, talvez o mais grave, eduquei o meu ouvido na direcção dos grilos. Supreendido/as??!

É que onde há grilos não há aranhas grandes...

Bllhheck....

domingo, setembro 02, 2007

Um dia de praia...

Manhã de Agosto. Sol. O vento, misteriosamente, desapareceu. À frente dos meus olhos, na linha de horizonte, apenas o mar. A praia que escolhi é quase deserta. Quase.
Estendo a toalha, dispo o vestido, e deito-me confortavelmente na areia na esperança de disfrutar ao máximo a minha leitura. De David Mourão Ferreira, o livro. Um dos meus escritores preferidos. Abro o livro e leio-o enquanto o sol me toca na pele e a vai queimando. Entrego-me a esta sensação fantástica de pertencer à Natureza: a pele é do sol, o corpo encaixado na areia fina e os sentidos direccionados apenas para o barulho e sabor do mar! Devoro as palavras. Chego a querer parar a minha leitura. É quase como saborear uma refeição que, por estar tão saborosa, apetece comer devagarinho para esmiuçar cada sabor e condimento... Não quero apressar nada.
Gostaria de ser esta mulher que o escritor define. Nunca li descrição mais fiel e pormenorizada. Nunca conheci ninguém que falasse tão bem de e sobre mulheres como ele. Penso que talvez as conhecesse bem demais ( se é que isso é possível). Descobre-lhes os defeitos mais mesquinhos e poeirentos e exibe e enaltece as qualidades de Deusas que diz possuirem. Ama-as e admira-as...
Entretanto, quase em simultâneo, juntam-se a mim, na minha praia deserta, dois casais. Estrategicamente, ou não, fico no meio deles. Mais uma vez interrogo interiormente: por que razão com tanto espaço à volta as pessoas gostam de estar pertinho umas das outras?? Será que é por uma questão de segurança?? Não que eu tenha a veleidade de pensar que estes casais simpáticos vejam em mim uma salva-vidas mas talvez pensem que “como é novita e tal (eu não disse que eram simpáticos??!!) talvez tenha boa goela para gritar por socorro!” Ok, novita sou, tenho boa goela, também é verdade, mas odeio gritos! Adiante.
Dois casais, dois guarda-sóis, os devidos sacos e três criancinhas que, entretanto, encetaram uma luta dolorosa com a roupa que trazem vestida... a vontade de brincar está espelhada nos seus olhos.
Atenta a estas coisas de “educação” dou por mim a ocupar o meu tempo a observar e “ouvir” (é inevitável) estas famílias vizinhas à minha toalha.
Ambos são casais novos. O da minha direita tem apenas um filho (4/5 anos); o da esquerda vem equipado com dois (um rapazito de ¾ anos e outro mais velhito um pouco). And now, find the differences:

O casal da direita chegou, abriu o guarda-sol, estendeu as toalhas, despiram toda a roupa que foi atabalhoadamente colocada em cima de um qualquer saco, não espalharam creme algum pelo corpo (talvez o tivessem feito ainda em casa) e :
- Queres o balde João?
- Na quéo...
- Queres a pá?
- Na quéo...
- Anda cá para te pôr o chapéu...
- Na quéo
(Zangado)
- Queres, queres ( a mãe colocou-o, o filho atirou o dito chapéu ao chão e ficou tudo bem)
- Não dispas os calções filho!
- (Despiu)
E fizeram-se ao mar. Todos sem chapéu e um membro pequenito a fazer nudismo. Na areia molhada, saltaram, riram, criaram fortalezas, atiraram areia uns aos outros e brincaram como se todos fossem da mesma idade! Na hora do banho o pai pegou no miudo, levou-o à água mas dada a relutância do filho em encarar as ondas, devolveu-o à margem para chapinhar ao seu ritmo. De quando em vez ele chamava os pais para o verem a dar um mergulho na areia / água, dependendo das ondas...

O casal da esquerda chegou, abriu o guarda-sol, estendeu as toalhas, despiram-se todos sozinhos e entregaram a roupa à mãe que, meticulosamente, a arrumou nas varetas do guarda-sol azul, o pai começou a espalhar o creme pelos corpos das crianças e só parou quando estas ficaram brancas como a cal e, depois, inesperadamente, pelo menos para mim, diz-lhes para se sentarem na sombra, perto da mãe. O pai vai à água, traz os baldes cheios e entrega-os para que possam brincar mesmo ali. Os dois futuros arquitectos edificaram um castelo digno de um conto de fadas... mas sempre acompanhados pelas frases imperativas dos pais:
- Cuidado com a areia. Para a toalha, não!
- Não te quero ao sol!
- Não metas a pá à boca!
- Pede ao pai para ir buscar mais água. Não te quero no mar sozinho!
- Não dispas os calções. A pilinha constipa-se e depois espirra!
(Juro-vos que ouvi isto!)
Entre uma ordem e outra a mãe, pacientemente, lá os ajudava e estava sempre a perguntar-lhes se tinham fome ou sede. Na altura do banho, saem da sombra e rumaram ao mar. Os quatro. Os miudos eram engraçados e íam ao saltos e a gritar. Nem as braçadeiras do Noddy lhes travavam os movimentos. O pai pega no mais novo ao colo. Entra na água. A criança grita. Não quer. Impávido e sereno, o pai mergulha mesmo assim. O mais velho pensando que a sua sorte seria a mesma, desata a correr, obrigando a mãe a fazer o mesmo. E quando pára a mãe segura-lhe na mão e diz-lhe qualquer coisa que o acalma. Felizmente, num acto de inteligência, o pai desiste e brinca com ambos na areia molhada. Já passou.
Visualizando todos os pormenores faço as minhas comparações... eu que não sou mãe e que desconheço algumas destas preocupações enquanto filha adulta que sou e filha pequena que já fui... Reprovo alguns destes comportamentos e reflicto sobre outros. Qual será a educação mais apropriada para as nossas crianças? A permissiva ou a rigorosa? Será que há um ideal ou é antes a combinação das duas que funciona melhor? Não vi nenhuma destas crianças de que vos falei “infeliz”... e têm, a meu ver, perspectivas completamente diferentes!
O casal da esquerda “corta” constantemente os movimentos dos seus filhos. A palavra “não” é uma constante e vocábulo fácil. A liberdade, conceito tão digno de um dia de praia, é quase inexistente. Protegem mas não deixam que os filhos vivam a areia, o mar e o sol. Mostraram-se sempre muito cuidadosos e atentos. Preocupados.
O casal da direita solta as “rédeas” ao petiz... deixa-o correr, nem que seja em cima das pessoas que os circundam, deixa-o cair, deixa-o provar areia, se ele quer tirar os calções tudo bem, se não quer comer então come mais logo, se quer berrar que berre, se quer todas as toalhas menos a dele então assim será, se quer chamar má à mãe só porque ela o repreendeu por causa da areia que ele lhe atirou está tudo fantástico... Deixaram fazer tudo o que ele queria, é certo, mas para isso “anularam-se”...
Tudo, em tudo, distinto. Duas famílias completamente diferentes com crianças que serão, inevitavelmente, diferentes no futuro...
E chego à conclusão que é fácil criticar e apontar o que está menos bem feito, de acordo com o nosso ponto de vista! Só assim me parece mais justo fazê-lo. O difícil, tenho a certeza, é educar porque não há regras, nem livros de ajuda, porque todos somos diferentes e porque a vida que é a de hoje não será, com toda a certeza, a mesma de amanhã...
Pego no meu livro novamente... Onde ía eu???
David Mourão Ferreira idolatra as mulheres...

domingo, agosto 26, 2007

E se tu não existisses...



Tenho que admitir que nunca me lembraria deste cantor se não tivesse visitado um dos blogs que faz parte das minhas leituras diárias…

E se tu não existisses?
Diz-me...por que existiria eu?
Para vagar num mundo sem ti,
Sem esperança e sem lembranças.

E se tu não existisses?
Eu teria que inventar o amor,
Como um pintor que vê sob os seus dedos,
Nascerem as cores de um dia,
Que não voltam mais.

E se tu não existisse?
Diz-me...por quem existiria eu?
Estranhas adormecidas nos meus braços
Que eu não amaria jamais

E se tu não existisses?
Eu seria um ponto a mais,
Neste mundo que vem e que vai
Eu me sentiria perdido,
Eu precisaria de você!

E se tu não existisse?
Diz-me...como existiria eu?
Eu poderia fingir ser eu
Mas eu não seria verdadeiro.

E se tu não existisses?
Eu creio que não teria encontrado,
O segredo da vida, o porquê,
Simplesmente por acreditar em ti,
E por te olhar.

E se tu não existisses?
Diz-me.. por que eu existiria?
Para vagar num mundo sem ti,
Sem esperança e sem lembranças.

E se tu não existisses?
Eu teria que inventar o amor,
Como um pintor que vê sobre os seus dedos,
Nascerem as cores de um dia,
E que não voltam mais.

sexta-feira, agosto 24, 2007

Se eu fosse...


Se eu fosse uma árvore... seria uma macieira ( pancada por maçãs)
Se eu fosse um símbolo químico... seria o Md (Mendelévio – é dos mais estranhos que encontrei)
Se eu fosse um animal... seria um golfinho. Alia água, inteligência, bom humor e meiguice. Agradam-me todos.
Se eu fosse um carro... seria o carocha do meu avô. Branco, clássico e eterno.
Se eu fosse uma música... seria “Butterfly on a wheel – The Mission”, porque sim, porque me agrada o ritmo e porque me marcou... “Wise men say all is fair in love and war,There's no right or wrong in the design of love…”
Se eu fosse apenas uma palavra… seria “paz” porque é global. Abraça todas as outras.
Se eu fosse um gesto... seria um beijo. Há coisa melhor?????
Se eu fosse uma profissão... seria bailarina. Deixar o corpo falar.
Se eu fosse uma estação do ano... seria o Inverno. Lareira, chuva, frio, cobertores. Combinação perfeita.
Se eu fosse uma figura mítica... seria Inês de Castro. Amou e foi verdadeiramente amada.
Se eu fosse um livro... seria o Livro do Desassossego, Fernando Pessoa. Só lendo.
Se eu fosse uma comida... seria um Bacalhau com natas. Porquê? Porque automaticamente o associo a um jantar mais demorado, acompanhado por um vinho verde fresquinho. Eu levo o meu tempo e, às vezes, também sou “fresca” eheh
Se eu fosse uma personagem de um conto... seria o menino do conto “A Estrela” de Vergílio Ferreira. Não há nada como acreditar piamente nos nossos sonhos mesmo que o mundo se volte contra nós.
Se eu fosse um líder... seria Nelson Mandela. Pela capacidade imensa de perdoar e viver.
Se eu fosse uma peça de mobiliário... seria um espelho. Grande. Na entrada. Onde as pessoas se reflectissem e mirassem aquilo que realmente são.
Se eu fosse um elemento da natureza... seria o vento. Aquele vento matinal de uma manhã de Verão perto do mar. O cheiro traz histórias de longe, toca e arrepia a pele. (Ok, há gente que provavelmente diria que eu seria mais um "Dean", más línguas dá nisto).
Mas se eu realmente pudesse escolher entre o que sou e o que poderia ser... não mudaria nada. Sou assim, respeito-me. E assumo as qualidades e os imensos defeitos.