Pensar / Falar / Escrever
...Ando cansada... e sem tempo para me dedicar àquilo que me dá mais prazer: escrever!!
Disse a alguém, um destes dias, que se pudesse comprava uma casa num sítio isolado, com vista exclusiva sobre o mar... seria uma casa praticamente sem paredes, toda ela feita de janelas para deixar entrar a luz natural... Teria igualmente um alprende com vista privilegiada. Aí, dominando o ambiente, apenas uma mesa e uma cadeira. Nada de especial, somente conforto. Quase sempre haveria música.
Todos os dias, mal acordasse, faria questão em sentar-me e ouvir silenciosamente o calmo barulho do mar e do vento... e aí sim, pegava no papel e na caneta e rabiscava até me doerem os dedos. Teria, certamente, o cenário perfeito, contudo, há em mim uma dificuldade inultrapassável no que se refere ao acto de “escrever”...
Pensar e falar e pensar e escrever são duas acções completamente distintas. Explico.
Muitas vezes ouve-se o comentário “falei sem pensar”. Não acredito nesta frase. Sinto antes que é uma forma de desculpa de algo que foi dito e que magoou ou foi incorrecto. Pensa-se sempre antes de proferir qualquer palavra. É um acto consciente embora veloz...
A questão é o acto de “pensar” de cada um de nós. Uns há que reflectem objectivamente, outros fazem-no de forma subjectiva. Há pessoas de “pensamento” rápido e espontâneo, outras cautelosas e recatadas. E tantas outras vezes se confunde o “falar sem pensar” com a sinceridade... Discordo uma vez mais. Sinceridade não é sinónimo de precipitação. Sinceridade é a ponderação do que é real, do que é verdadeiro, do que é correcto e isso, hoje em dia, requer muita reflexão e serenidade.
Pensar e escrever é, talvez, a minha maior frustração.
Tenho um caderno, tal como tu tens Aquiles, onde vou apontando os pensamentos que me vão ocorrendo inesperadamente... Carrego-o comigo para todo o lado porque me sinto despida sem ele! Mas o inevitável acontece com mais frequência do que eu o desejaria. Penso rapidamente e quando tento passar para o papel, já a minha história mental vai uns capítulos à frente... sinto que o meu acto físico de escrita não acompanha o meu acto mental. As palavras escondem-se, retraiem-se e ficam apenas no ar. Não pretendem ser lidas mas sim “pensadas”!
Às vezes, quando a noite já caminha para dia, dou por mim a reflectir sobre isto ou aquilo, com ou sem importância alguma. Sinto que o deveria “imortalizar” no bendito caderno mas, tantas vezes por preguiça, decido seguir o conselho sábio (e útil à minha sonolência) de um antigo professor do liceu... Diria ele que só aprendemos realmente alguma coisa quando a conseguimos repetir três vezes sem qualquer tipo de lacuna. É exactamente o que faço com os pensamenos nocturnos. Repito-os em silêncio. No entanto, durante o dia, sinto que se perdeu uma ou outra palavra que faria toda a diferença naquele texto. Não o faço com a convicção ideal, provavelmente.
Sendo assim, reconhecendo as minhas limitações, aprendendo a contornar os meus obstáculos e vivendo no ambiente perfeito, em plena comunhão com a natureza, sou bem capaz de afirmar que não sairia “literatura” das minhas mãos mas, com certeza, todos os meus textos seriam mais transparentes, explícitos e “directos”... da alma para o papel. Teria certamente a “liberdade” necessária para ser autenticamente momentânea e encontraria o veículo certo e adequado para o transporte das minhas palavras... Como uma fotografia do interior.
... até lá, vivo nesta correria quotidiana, observando, sem a devida atenção, absorvida pela mediocridade gratuita, sem conseguir descortinar a nitidez óbvia do que é comum, sem metáforas, sem subterfúgios... apenas a realidade!!
Disse a alguém, um destes dias, que se pudesse comprava uma casa num sítio isolado, com vista exclusiva sobre o mar... seria uma casa praticamente sem paredes, toda ela feita de janelas para deixar entrar a luz natural... Teria igualmente um alprende com vista privilegiada. Aí, dominando o ambiente, apenas uma mesa e uma cadeira. Nada de especial, somente conforto. Quase sempre haveria música.
Todos os dias, mal acordasse, faria questão em sentar-me e ouvir silenciosamente o calmo barulho do mar e do vento... e aí sim, pegava no papel e na caneta e rabiscava até me doerem os dedos. Teria, certamente, o cenário perfeito, contudo, há em mim uma dificuldade inultrapassável no que se refere ao acto de “escrever”...
Pensar e falar e pensar e escrever são duas acções completamente distintas. Explico.
Muitas vezes ouve-se o comentário “falei sem pensar”. Não acredito nesta frase. Sinto antes que é uma forma de desculpa de algo que foi dito e que magoou ou foi incorrecto. Pensa-se sempre antes de proferir qualquer palavra. É um acto consciente embora veloz...
A questão é o acto de “pensar” de cada um de nós. Uns há que reflectem objectivamente, outros fazem-no de forma subjectiva. Há pessoas de “pensamento” rápido e espontâneo, outras cautelosas e recatadas. E tantas outras vezes se confunde o “falar sem pensar” com a sinceridade... Discordo uma vez mais. Sinceridade não é sinónimo de precipitação. Sinceridade é a ponderação do que é real, do que é verdadeiro, do que é correcto e isso, hoje em dia, requer muita reflexão e serenidade.
Pensar e escrever é, talvez, a minha maior frustração.
Tenho um caderno, tal como tu tens Aquiles, onde vou apontando os pensamentos que me vão ocorrendo inesperadamente... Carrego-o comigo para todo o lado porque me sinto despida sem ele! Mas o inevitável acontece com mais frequência do que eu o desejaria. Penso rapidamente e quando tento passar para o papel, já a minha história mental vai uns capítulos à frente... sinto que o meu acto físico de escrita não acompanha o meu acto mental. As palavras escondem-se, retraiem-se e ficam apenas no ar. Não pretendem ser lidas mas sim “pensadas”!
Às vezes, quando a noite já caminha para dia, dou por mim a reflectir sobre isto ou aquilo, com ou sem importância alguma. Sinto que o deveria “imortalizar” no bendito caderno mas, tantas vezes por preguiça, decido seguir o conselho sábio (e útil à minha sonolência) de um antigo professor do liceu... Diria ele que só aprendemos realmente alguma coisa quando a conseguimos repetir três vezes sem qualquer tipo de lacuna. É exactamente o que faço com os pensamenos nocturnos. Repito-os em silêncio. No entanto, durante o dia, sinto que se perdeu uma ou outra palavra que faria toda a diferença naquele texto. Não o faço com a convicção ideal, provavelmente.
Sendo assim, reconhecendo as minhas limitações, aprendendo a contornar os meus obstáculos e vivendo no ambiente perfeito, em plena comunhão com a natureza, sou bem capaz de afirmar que não sairia “literatura” das minhas mãos mas, com certeza, todos os meus textos seriam mais transparentes, explícitos e “directos”... da alma para o papel. Teria certamente a “liberdade” necessária para ser autenticamente momentânea e encontraria o veículo certo e adequado para o transporte das minhas palavras... Como uma fotografia do interior.
... até lá, vivo nesta correria quotidiana, observando, sem a devida atenção, absorvida pela mediocridade gratuita, sem conseguir descortinar a nitidez óbvia do que é comum, sem metáforas, sem subterfúgios... apenas a realidade!!
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