quinta-feira, janeiro 18, 2007

Até o mais ateu, como eu, baixa a cabeça e a diz ( Já era dia)

Dai-nos, Senhor, tudo aquilo que nunca Vos é pedido.

Não Vos pedimos o descanso

nem a tranquilidade do corpo

nem tão pouco a do espirito.

Não Vos pedimos riqueza,

nem o êxito e as honrarias

nem sequer o reconhecimento dos homens

De tudo isto, que insistentemente Vos pedem, talvez quase nada já Vos reste



Dai-nos, pois, ó Deus, o que ninguém quer, o que todos regeitam:

A insegurança, a incomodidade,

a inquietude, a tormenta e o risco.

A vereda estreita e agreste que vai até Vós.



Concedei-nos isto, nós Vos suplicamos, definitivamente, porque a

fraqueza, fruto do egoísmo humano que em nós existe, talvez nos tire a

coragem de o solicitar de novo

Dai-nos, Senhor, o que Vos sobra, aquilo que ninguém nem sequer Vos

pedem mas, dai-nos, ao mesmo tempo, o valor, a vontade, a força e a fé

que temperam a alma do soldado

na grandeza da sua servidão.

Por ultimo, Vos rogamos, ó Senhor, por aqueles que, de entre nós, em

todos os tempos, caíram no campo da Honra e derramaram o seu sangue

pela Independência e Liberdade da Pátria

Nós Vos pedimos, ó Deus dos Exércitos, que, no Vosso Seio, repousem na paz

eterna as almas destes bravos.

terça-feira, janeiro 16, 2007

Inacreditável

Tenho estado afastado do blog, não é por falta de inspiração mas sim por excesso…de trabalho.

Num destes dias, penso que segunda-feira, quando fui buscar o meu filho ao infantário, presenciei uma situação que me deixou preocupado, não comigo, não com a segurança do meu imperador, mas sim com aquele menino.
Estava eu parado à porta, a ouvir as últimas do nosso país, já que cheguei cedo, quando os meninos da escola ao lado começam a sair. Meninos que deviam andar no primeiro ou segundo ano, apostaria mais do primeiro, que acabado o dia de escola e de actividades extracurriculares falam de tudo e de mais alguma coisa, querem ir para casa descansar e ver os desenhos animados…estou a divagar…Pois bem, os pais, os avós, e familiares que os vinham buscar estavam à espera à porta. As avozinhas com os sacos com o lanche, os avós a pegar nas malas, as mães a arranjar os casacos e os pais a remexer os cabelos…Começo a olhar para eles, uns correm, outros contam aos pais como foi o dia…com aquele menino passava-se algo de semelhante, um menino normal, com pais, aparentemente normais.
O Pai entra no carro, a mãe vai para o lugar do morto…mas o menino decidiu que tinha que se despedir de um amigo…
Um pai competente teria olhado para trás, arranjado o cinto, ou a cadeirinha, como está na lei, teria visto se trazia tudo, se tinha ficado algum objecto na escola…aqueles pais estavam demasiado distraídos.
Até ali nada me tinha parecido estranho, até ao momento em que o carro começa a andar e o menino fica em terra…
Ao inicio pensei, “Bem, deve ir para casa com outra pessoa”, “ Vai ter mais alguma actividade…”… Os meus pensamentos pararam quando aquele menino, de seis anos, sete no máximo, se lançou numa perseguição aberta ao carro dos pais. Ora se punha no meio da estrada, subia para o passeio, gritava, descia para a estrada, arriscando-se a ser atropelado…neste momento já se ouviam umas buzinas que tentavam alertar os pais..algumas tipo todos os pais que assistiram à cena… no final da rua aquele casal lá se lembrou que tinha um filho, parou e a criança lá entrou.
Esta situação fez-me lembrar uma cena de um filme em que a mãe, perturbada, deixava a cadeirinha do bebé no tejadilho do carro e só deu conta quando o policia lhe bateu na janela…
Depois de procurar justificações na minha cabeça para o que aconteceu, comecei a pensar… Onde é que se vão esquecer do menino da próxima vez… por essas e por outros, sou da opinião que se devia fazer um teste de admissão à “profissão” de pai, nem todos merecem essa bênção.