sábado, setembro 16, 2006

DIVAGAÇÕES

"Nascemos com propensão para pecar, que é o que dá mais prazer"

Sigmund Freud

sexta-feira, setembro 15, 2006

Desculpa-me tenho sido um parvo...

Não posso adiar o amor

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração.

António Ramos Rosa

Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam

Como se tivessem boca.

Palavras de amor, de esperança,

De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas

Quando a noite perde o rosto;

Palavras que se recusam

Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas

Entre palavras sem cor,

Esperadas inesperadas

Como a poesia ou o amor.



(O nome de quem se ama

Letra a letra revelado

No mármore distraído

No papel abandonado)



Palavras que nos transportam

Aonde a noite é mais forte,

Ao silêncio dos amantes

Abraçados contra a morte.



Alexandre O'Neill, No Reino da Dinamarca

Procuro-te

"Procuro a ternura súbita,
os olhos ou o sol por nascer
do tamanho do mundo,
o sangue que nenhuma espada viu,
o ar onde a respiração é doce,
um pássaro no bosque
com a forma de um grito de alegria.

Oh, a carícia da terra,
a juventude suspensa,
a fugidia voz da água entre o azul
do prado e de um corpo estendido.

Procuro-te: fruto ou nuvem ou música.
Chamo por ti, e o teu nome ilumina
as coisas mais simples:
o pão e a água,
a cama e a mesa,
os pequenos e dóceis animais,
onde também quero que chegue
o meu canto e a manhã de maio.

Um pássaro e um navio são a mesma coisa
quando te procuro de rosto cravado na luz.
Eu sei que há diferenças
mas não quando se ama,
não quando apertamos contra o peito
uma flor ávida de orvalho.

Ter só dedos e dentes é muito triste:
dedos para amortalhar crianças,
dentes para roer a solidão,
enquanto o verão pinta de azul o céu
e o mar é devassado pelas estrelas.

Porém eu procuro-te.
antes que a morte se aproxime, procuro-te.
Nas ruas, nos barcos, na cama,
com amor, com ódio, ao sol, à chuva,
de noite, de dia, triste, alegre – procuro-te."




Engénio de Andrade
de As Palavras Interditas, 1951

quinta-feira, setembro 14, 2006

Falem!

Por vezes devemos falar das coisas que supostamente não devemos, porque as coisas que não devem ser faladas acabam, quase sempre, por serem das mais faladas e as que devem ser mais faladas não são tão bem ouvidas…. Ou algo do género.
Sabem que está provado que falar emagrece? Não? Pois, acabei de inventar.
Por esta altura já estavam os homens e as mulheres a pensar, “pois, realmente é impossível, a minha mãe/pai, namorada/namorado, está sempre a falar e no entanto tem uma boa barriguinha”
Tudo isto, e é melhor parar por aqui, para vos pedir que falem… FALEM! Discutam, bocejem, sussurrem, gritem, mas digam alguma coisa… Este silêncio está a dar cabo de mim.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Mas que se passa no planeta dos macacos inteligentes?

Não me parece, na minha inócua observação, que seja normal o tempo mudar em segundos… Ora está um calor de descongelar postas de pescada, ora está a chover…
Estamos na praia, na bela da onda, sol no horizonte, brisa marítima na cara, calor na nuca, uauuu, e de repente fica escuro, toda a gente a olhar para cima, “ Será que mudaram o cenário?”, mas não! Foi só o bendito do sol que decidiu fazer a pausa para o café…
Durante a semana estou com os meus camaradas a apanhar com o sol e com o calor nos treinos… sexta feira, calor abrasador… Sábado, dia de folga, dia de praia, levanto-me e, qual minha surpresa, que quando saio de casa de prancha debaixo do braço, está quase a chover! Depois pergunto-me, “ porque não confirmei?” pois, não confirmei porque no dia anterior estava calor, assim como no anterior e no anterior…
Depois os meteorologistas, irritam-me ( para não variar), eles têm curso ou armam-se em Maia? “ Esta noite o céu vai estar limpo… Vão para a night abanar os capacetes, sejam felizes!”… ainda não entendi porque razão em minha casa toda a gente acordou com trovoada, até o periquito!
Não sei que se passa mas, por favor, devolvam-me o Verão… Eu não ando propriamente com o fato de banho e com o gorro na mesma mala…

terça-feira, setembro 12, 2006

Ser “pão” ou não ser… Eis a questão!

Pão – Alimento feito com farinha amassada com água, fermento e outros aditivos, cozida no forno. ( in “Dicionário da Língua Portuguesa)

Pão ( versão adaptada) – Homem bom, espectacular, perfeito fisicamente, “ borracho”. ( in mente feminina)

Que se passa com as mulheres do nosso país? Virá aí uma revolução? O fim do mundo?
Agora não se ouve na rua a versão “ És tão boa… És tão boa…”, ouve-se sim o “ És tão bom… És tão bom” ( não, as ditas não esgotaram o stock de vodka do bar)…
Imaginem os piropos que vêm por aí ( vai doer) “ Quem me dera pôr-te manteiga… oh bom!”, “ Tens de me dizer onde é a tua pastelaria!”, “ Há quanto tempo estás a fermentar?”.
Alguém pode explicar aos, que como eu desconhecem, os requisitos para ser pão, ou não ser?
Qual será o feminino adequado para pão? Carcaça?
….. Que confusão que vai na minha cabeça…..

Garrett

"22 de Julho de 1997

Minha Querida Catherine,

Sinto a tua falta, meu amor, como sempre, mas hoje é particularmente difícil porque o oceano tem estado a cantar para mim, e a canção é a da nossa vida juntos. Quase consigo sentir-te a meu lado enquanto escrevo esta carta, e consigo cheirar o aroma de flores silvestres que me faz sempre lembrar de ti. Mas neste momento, essas coisas não me dão qualquer prazer. As tuas visitas têm sido menos frequentes, e por vezes sinto como se a maior parte do que sou estivesse lentamente a dissipar-se.

Estou a tentar, ainda assim. À noite quando estou sozinho, chamo por ti, e sempre que a minha dor parece ser a maior, encontras constantemente maneira de voltar para mim. Ontem à noite, nos meus sonhos, vi-te no pontão perto de Wrightsville Beach. O vento soprava através do teu cabelo e os teus olhos retinham a luz pálida do sol que se desvanecia. Fico espantado quando te vejo encostada ao parapeito. Tu és bela, penso, enquanto te vejo, uma visão que nunca consigo encontrar em mais ninguém. Começo a andar lentamente na tua direcção e quando, finalmente, te voltas para mim, reparo que outros têm estado a observar-te também. «Conhece-la?» perguntam-me em sussurros invejosos, e enquanto sorris para mim, respondo simplesmente com a verdade. «Melhor do que o meu próprio coração.»

Paro quando chego perto de ti e envolvo-te nos meus braços. Anseio por este momento mais do que qualquer outro. É a razão da minha vida, e quando tu retribuis o meu abraço, eu entrego-me a esse momento, em paz mais uma vez.

Levanto a mão e toco suavemente na tua face e tu inclinas a cabeça e fechas os olhos. As minhas mãos são ásperas e a tua pele é macia, e interrogo-me durante um momento se vais afastar-te, mas claro que não o fazes. Nunca o fizeste, e é em alturas como esta que eu sei qual é o meu objectivo na vida.

Estou aqui para te amar, para te segurar nos meus braços, para te proteger. Estou aqui para aprender contigo e para receber o teu amor em troca. Estou aqui porque não existe outro sítio onde possa estar.

Mas depois, como sempre, a neblina começa a formar-se enquanto permanecemos juntos um do outro. É um nevoeiro distante que nasce do horizonte, e descubro que começo a ficar com medo à medida que ele se aproxima. Ele insinua-se lentamente, envolvendo o mundo à nossa volta, cercando-nos como que para evitar que fujamos. Como uma nuvem rolante, cobre tudo, fechando, até mais nada restar senão nós os dois.

Sinto a minha garganta a começar a fechar e os meus olhos a encherem-se de lágrimas porque sei que são horas de partires. O olhar que me lanças naquele momento persegue-me. Sinto a tua tristeza e a minha própria solidão, e a dor no meu coração, que permanecera silenciosa só por um pequeno intervalo de tempo, torna-se mais forte quando tu me soltas. E então estendes os braços e dás uns passos para trás, desaparecendo no nevoeiro porque ele é o teu lugar e não o meu. Anseio por ir contigo, mas a tua única resposta é abanares a cabeça porque ambos sabemos que é impossível.

E eu assisto com o coração a partir-se enquanto desapareces lentamente. Dou comigo a esforçar-me por lembrar tudo acerca daquele momento, tudo acerca de ti. Mas depressa, sempre demasiado depressa, a tua imagem desaparece e o nevoeiro recua para o seu lugar longínquo e eu fico sozinho no pontão e não me importo com o que os outros pensam quando baixo a cabeça e choro e choro e choro.

Garrett"

segunda-feira, setembro 11, 2006

Desabafo

Quanto mais um pessoa se esforça para ser bom amigo, bom ouvinte, compreensivo e verdadeiro mais mal tratado é.
Ultimamente está na moda decorar umas deixas de pseudo românticas e dize-las quando as coisas correm mal, simplesmente porque é o mais fácil, o que as pessoas gostam mais de ouvir, um conjunto de “tretas”.
Eu aprendo com os meus erros, não sou parvo, mas também não sou de pedra como algumas pessoas pensam, haverá o dia em que eu me vou fartar… que eu vou fechar a porta apenas e que não voltarei atrás, por enquanto só me falta a coragem.
Com estas experiências aprendi que devemos fazer-nos de difíceis, demorar a responder, ignorar umas quantas mensagens, usas um “ Ah! Estavas aí? Não te tinha visto… Espera aí uns minutos que eu estou a acabar uma coisa.”, voltamos três horas depois e dizemos “ Desculpa! Não estás chateado pois não?”, depois colocas o teu melhor sorriso e exclamas “ Ai as horas! A conversa vai ter de ficar para amanhã… Eu ligo”, depois passam alguns dias e esperas que a mesma pessoa faça figura de “otário!” e te vá falar, talvez aí se arranje um minuto para perguntar “ Como estás?” sem realmente querer saber a resposta!
Por isso meus amigos, o jogo do “playing hard to get” está novamente na moda. Divirtam-se muito, eu simplesmente vou ficar á parte, esse jogo comigo não resulta e pseudo romântico nunca serei.

Obrigado e desculpem o desabafo

Falta de ideias

Novos posts virão... Hoje não tive tempo nem ideias...

Bom começo de semana...

domingo, setembro 10, 2006

Não esperes por um sinal para agires

Porque razão virou moda as pessoas esperarem por um sorriso para sorrirem, porque não podem tomar a iniciativa? Pessoas que diariamente se encontram no elevador, ou no metro, que vêem passar os anos sem nunca dizerem “ Boas! Trabalha para os meus lados ou anda-me a perseguir?”. Como me ensinou a minha avó “ Nunca se sabe onde se encontrará o melhor amigo ou o melhor amante...”.
Outra das modas corriqueiras é darmos conta de que precisamos de uma pessoa quando esta está longe, ou quando nos chateamos por alguma infantilidade, como uma palavra mais bruta ou uma resposta mais evasiva. Como aconselharam esta semana, nunca devemos sair de casa chateados, pois nunca saberemos o que nos espera na rua, nunca partas sem dar um beijo à pessoa que amas e respeitas, diz que a adoras, pede desculpa as vezes que precisares.
Nunca esperes ouvir um “amo-te” para dizeres um “ também te amo”, não esperes que te elogiem para saberes o que vales, não esperes que te peçam para te ofereceres, antes da queda deves ter preparada uma solução, nunca esperas por ela para te levantares, “ não guardes para amanhã o que podes fazer hoje”, amanhã pode ser demasiado tarde.
Se concordas com o que digo, se achas que tens errado, ou que pelo menos não tens sido muito correcto, volta atrás, pede perdão, telefona a explicitar o teu amor, vai ter com a pessoa que adores, pede desculpa ás pessoas que magoaste e nunca, nunca rejeites uma mão que suplica pelo teu perdão, pois essa pessoa pode vir um dia a segurar a tua quando mais precisares.