sexta-feira, dezembro 14, 2007





Já agora! Selene...eu aposto que é menina =)

quinta-feira, dezembro 13, 2007


Finalmente desci à terra!! Fui obrigada. Recusei-me sempre a descer porque vivo num sonho e é lá que me sinto completa, mulher, mais eu…
Mas a realidade chamou-me uma vez mais, educadamente, e eu resolvi fazer uma visita, de médico, ao quotidiano, ao dia-a-dia, à rotina…
Confesso: tenho permanecido, adormecido, convivido num mundo muito meu… misturam-se, com frequência palavras como fantasia, sonho, desejo e vontade!! É uma sensação transcendente, quase embriagadora, que se dilata e não diminui…


Tenho olhado para o espelho mais vezes do que o habitual (alguns acharão que se já era exagerado, agora é intolerável), tenho fechado os olhos com o intuito de examinar o meu interior e, finalmente, tenho encarado o futuro de forma mais séria, responsável e madura. O futuro deixou de ser apenas meu! Passou a ser nosso: meu e deste bebé que cresce (e como cresce, Meu Deus!) dentro de mim…
A roupa não serve, não fica tão bem, a barriga está grande, o peito também ( ironia: as camisolas, camisas que ficariam maravilhosamente bem neste peito, agora avantajado, não me servem), o corpo envia sinais novos e desconhecidos e, frequentemente, sou assaltada por apetites vorazes!!! Sumol de manga (odeio manga) e bolo rei (vai ser um/a príncipe/princesa).


Sempre fui bem disposta e risonha mas, hoje em dia, sinto que os meus lábios têm fios presos às orelhas. Eu explico antes que me imaginem como o Joker do Batman!! Sorriso aberto, dente arreganhado e um súbito desaparecimento daquilo que alguns, muito poucos e mal informados, chamam de “mau feitio”.
Nada me incomoda, nada me abala, nada me faz sentir menos bem ou menos satisfeita.
No trabalho “ninguém faz aquilo”, não há problema: faço eu! O carro bloqueado pela milésima vez, uma espera paciente, um buzinar com calma com a certeza de que alguém, mais cedo ou mais tarde, aparecerá. Sou capaz, vejam lá, até de esboçar um sorriso ao desgraçado preguiçoso que estacionou o maldito carro exactamente a tapar a saída do meu. Fila de supermercado, muita gente… sem stress, o tempo arranja-se.


Aos meus olhos tudo me parece colorido e todo o esforço e paciência para estarmos bem fazem sentido. Aos meus olhos as minhas atitudes já estarão a ensinar alguma coisa minha ao meu/minha filho/a.


E agora o Natal!! Época de comoções e sensibilidades. Chamem-me piegas mas dou por mim de lágrimas nos olhos sempre que vejo um Pai Natal… até mesmo se não aparentar mais do que 40 anos, for magro e possuir apenas um mísero bigode.


E agora, para terminar, partilho convosco uma publicidade de há uns atrás e que, entretanto, desapareceu. Pode até parecer ridículo mas a mensagem adequa-se a mim, neste momento.


Uma senhora está na cozinha a fazer um bolo. Na imagem aparece apenas o rosto dela e o movimento que ela faz enquanto mexe, calmamente, a massa do bolo. Fala alto enquanto realiza todos estes movimentos e diz:” - Sabes, a vida é como uma caverna, tem eco. Se lá dentro gritarmos PARVO PARVO PARVO, o eco vai retribuir essas mesmas palavras menos felizes. Mas se lá dentro gritarmos coisas boas, o eco dá-nos de volta tudo de novo.”- No fim do anúncio aparece de novo a senhora, agora num plano total do seu corpo e vê-se a barriga, grande…

Se não nos “virmos” entretanto, desejo-vos um excelente Natal e um Feliz Ano Novo!!

segunda-feira, dezembro 10, 2007



Como os dedos trémulos percorreu o risco perfeitamente traçado entre os cabelos. Sacode a poeira imaginária do casaco preto, maniacamente, sistematicamente, engomado. Alisa o colarinho da camisa branca, novamente, e fixa um ponto intangível na parede caiada.
Como explicar a um homem de ciência algo tão abstracto como o seu sentimento?
Verifica as horas, novamente…Olha em frente e, finalmente, um homem elegante senta-se à sua frente.
“ Olá Rapaz!”
“ Olá Senhor S.”

Tenta arranjar um tema interessante, inteligente para iniciar uma conversa. Não se lembra de nenhum. Pergunta-lhe pela mulher…a mulher está boa. Pergunta-lhe pelo trabalho…falam da crise. É interrompido.
“ A minha filha falou de…casamento.” Declara o mais velho. “ Explica-me lá isso, se fazes favor…”
Eu…nós gostamos muito um do outro!”
“ Que bom…E? Eu gosto muito do meu vizinho…”

Engasga-se…tosse, bebe água, a impressão continua. Tenta falar e volta a tossir.
Calma rapaz!”
“ Não é gostar…É amar.”
“ O que é o amor, rapaz?”

Olha para o casaco, sacode a poeira imaginária, alisa o cabelo…fixa os olhos do homem que lhe retribuem a sua imagem…aterrorizado!
Explicar o amor é como contar todas as estrelas…impossível...mas posso tentar contar.
O mais velho sorri…sorri como se soubesse o que o jovem estava a pensar. No fundo…sabia.
O sorriso é retribuído…o jovem sente-se aceite.

domingo, dezembro 09, 2007