sexta-feira, abril 18, 2008

Meu amor...só quero ser feliz





Costuma dizer que pouca coisa o consegue assustar…embora muita coisa mereça, e tenha, o seu respeito. Diz-se um racionalista convicto…
Embora não faça planos tem sempre uma solução…Dizem muitas coisas sobre ele…Ele diz que se deve acreditar na maioria…
Não acredita em sinais…acredita no instinto e mesmo este está a assustá-lo.
Faz coisas que não têm sentido no curto prazo…não sabe porque as faz…mas acabam sempre por ajudá-lo, de uma maneira ou outra, no futuro.
Em situações normais nunca teria entrado naquele café…não teria visto o que…acredita agora…foi um sinal.
A pele tisnada…o relógio preto…o café e o bolo xadrez…Não acredita em coincidências.
Pediu o que tinha a pedir…encostou-se no balcão e observou discretamente.
Estremeceu quando a mulher pegou no guardanapo e o passou no bordo da chávena…não lhe passou despercebida a maneira como ela, cuidadosamente, separou a parte creme da parte achocolatada do bolo…a forma alternada como o ia comendo…
A observação já não era discreta…ele sabia, continuou…
Os pelos da nunca não ficaram serenos quando viram o braço erguer-se para pedir o copo de água…o travo na garganta apareceu, seguido do ardor no peito…era impossível desviar o olhar.
Algo chamou a atenção da mulher que estendeu uma mão para a frente…
Viu primeiro o outro homem…alto, cabelo escuro despenteado, fato escuro..completo…depois viu o menino que caminha á frente… “vestido á homenzinho” lembrou-se imediatamente.
Arrepiou-se quando a viu pegar no menino, sob o olhar atento do pai…
Caminharam para a porta…A mão protectora nas costas da mãe…olhar no filho.
Quando tudo parecia ter terminado…ela voltou-se…sorrindo para o observador…
Ficou assustado.

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