segunda-feira, março 31, 2008

We move in circles day to day


Eram quatro horas na última vez que ele olhou para o relógio…quatro horas mais uma, naquele dia em especial…
Sentia-se zonzo…aquela ligeira flutuação induzida pelo álcool …muito álcool pensava ele.
Não se lembra de ter convidado…não se lembra de ter recebido um convite…lembra-se das mãos nas suas…de sentir o fresco da madrugada no seu corpo quente.
“Estou bêbado!” avisou ele quando sentiu as mãos no peito… “ Eu também!” riu ela… “Who cares?” brincou ele levando a mão ao sapato direito…tirando-o…passou para o esquerdo…que saiu com a mesma facilidade..levou a mão ao botão preto das calças…
Olhou momentaneamente para o corpo semi-nu á sua frente…tirou a perna direita das calças…continuou o movimento para a segunda e…caiu.
“ Estás mesmo bêbado!” disse ela espreitando para o chão…apoiando o peito na cama.
“Uau” pensou ele…elevou o pescoço procurando tocar-lhe…a companheira não lhe negou tal ousadia…caindo ( ou fazendo-se cair) sobre o homem.
Passou-se algum tempo…não sabia quanto, não procurou saber…sentia-se menos bêbado…em alerta… O “amo-te” que tinha ouvido continuava a ribombar na sua cabeça… “Estás bêbada!” havia ele respondido por entre suspiros e risos… “ e profundamente extasiada…mas continuo a amar-te..” completou ela depois de ponderar o dito\ouvido.
“Sinto-me pessoalmente ofendida com o teu humor!” exclamou … “Hum?” replicou acordando do transe… “Foi assim tão mau?” alvitrou ela…
Conseguia sentir uma gota de suor…no pescoço…sentia-a escorrer, languidamente, até á base…sentia a pressão de um par de mãos nas suas costas…sentia as suas na cintura dela…sentia-se… “ mal” pensou... “ Cínico…”
“Astronauta…daqui Terra…escuto!” tentou ela mais uma vez… “ Terra…daqui Astronauta…escuto…” respondeu ele brincando… “Não foi mau…foi até muito bom…não é isso.”.
Rodou fazendo com que o homem ficasse de costas apoiadas no colchão…agarrou-lhe a face conduzindo o olhar para o dela “ Se não é isso…o que é?” perguntou com olhar sério.
O homem tentou sorrir… “Tenho pena…de não gostar tanto de ti…como tu gostas de mim” confessou ele.
Por instantes o sobrolho carregado manteve-se…pouco a pouco foi gerando um sorriso… “É isso que te está a deixar assim?”…ele acenou afirmativamente…
A mulher deixou cair a cabeça no ombro do companheiro por uns segundos…como se pensasse… “ Se é isso…” começou ela… “Eu queria sentir amor por ti!” interrompeu ele… “ Se é isso que te preocupa…” beijou-o… “Nem penses mais nisso!”
Na penumbra quente daquele quarto…até se sentiu feliz.

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