quarta-feira, outubro 25, 2006

V

C:

Desculpa a demora a responder à tua carta, houveram uns problemas na nossa base, felizmente já foram resolvidos.
O olhar que referiste na tua ultima carta, suspenso, ausente, é comum a todos os que aqui estão, todos aqueles que, dia após dia, vêm o que eu vejo… temos no peito tanta dor, tanto sangue, tanta morte, combinada com a paixão, o orgulho e a maldita, irremediável, raiva… inexplicável.
Fala-me de ti, por favor, anima-me com a tua vida. Gostaria de ouvir o teu relato, imune á ira dos armados, sangue dos vencidos…. Quero a tua história, a história da qual quero fazer parte para sempre…
És a cor da minha vida, sem ti tudo fica como está agora, negro… O negro da saudade e da dor!

Amo-te
M.

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