sexta-feira, julho 06, 2007

Chefe, mas pouco...


Já se depararam com um ser tão desprezível mas tão desprezível que só vos apetece esganá-lo???
Felizmente posso afirmar que nesta ainda curta vida (penso viver até aos 100 mas não neste trabalho), as pessoas que se cruzaram no meu caminho foram e são todas de índole positiva. Com os seus defeitos obviamente, também eu os tenho e não são poucos, mas com uma capacidade de entrega à amizade, ao respeito e sinceridade, valores que eu, fundamentalmente, comungo. Mas perdoem-me a sinceridade: há situações em que engolimos muitos deles.
Odeio gente hipócrita. Gente que se esconde atrás de uma cara que não tem. Gente que mente descaradamente para conseguir atingir objectivos. É que parece digno de uma novela mas é a pura realidade deste ser desprezível de que vos falo. É um chefe... mas pouco!! Porque não tem carisma, porque não defende quem trabalha, porque não zela pelo bom ambiente e porque o sucesso dos outros é seu.


Primeiro ponto: é chefe. Provavelmente pensará que logo aí tem o direito de interferir na personalidade de cada um. De fazer o que lhe apetece, quando lhe apetece mesmo que, todos, e repito, todos, lhe digam educamente que a ideia é péssima e pouco prática.


Segundo ponto: é mulher. Este factor, torna-o um ser ainda mais perigoso. Para além de exigente é fria e calculista (acredito piamente que não o somos todas). Uma mulher nunca cai sozinha. Um homem assume o erro sozinho (acredito piamente também que nem todos o façam). Uma mulher arranja alguém para culpar pela falha, nem que seja a pobre da senhora da limpeza que deixou cair os papéis que estavam, caoticamente, espalhados na secretária do seu gabinete. Um homem chefe perdoa mais facilmente um deslize; uma mulher chefe não perdoa e se, por alguma eventualidade o faz, garanto-vos que não esquece.


Terceiro ponto: é um ser só. E gosta de o ser porque nunca foi de outra maneira. Desconhece. Conclusão: todos os seus subordinados têm que ter a sua capacidade de entrega ao trabalho nem que isso implique entrar às 9 da manhã e sair às 9 da noite. Não tem família e como tal nunca entenderá que mulheres como ela, por exemplo, tenham marido, filhos, tarefas domésticas e tempo familiar. É um ser desprezível porque não respeita a individualidade de cada um, impondo-se, valorizando apenas e somente os seus semi- princípios. Mesmo antes desta coisa da “Flexissegurança” já esta senhora praticava muitos dos conceitos base no meu local de trabalho. E agora que falo nisso interrogo-me: “_Humm, há dedinho dela neste novo modelo de trabalho! Segunda-feira, secretamente, falarei sobre isso... aos aliados!!”

E o difícil?? O difícil é fazer com que tudo isto nos passe ao lado; é complicado imaginar que o dia de amanhã será melhor, até porque é muito pouco provável que o seja. Intolerável é ouvir determinadas palavras e tecer um comentário educado e coerente. E é um acto heróico esboçar um sorriso. Não há empregos nem trabalhos perfeitos. Sei-o. A maturidade faculta-nos armas de protecção e de salvaguarda e proporciona-nos a calma suficiente para contarmos até dez, lentamente, e agir com serenidade. É a parte do engolir, a parte da aniquilação do nosso “eu” porque todos temos uma vida lá fora, com responsabilidades com as quais não podemos falhar nem por um milímetro! E depois, olhamos à volta, e em vez de um ser desprezível, aparece outro... e talvez ainda outro...
Mas alguém me explica porque razão um tomate podre dentro do frigorífico, rodeado de tomates frescos e brilhantes, de um dia para o outro contagia todos os que se encontram perto de si e os aprodece???? [Ok, devia ter pensado noutro fruto (sim porque o tomate é um fruto do tomateiro e não um legume como muitos pensam) mas nada mais me ocorreu]. Com maçãs seria bem mais simpático...

Enfim, contagiada pelo mau humor nada próprio de uma sexta-feira, resta-me escrever que neste momento sinto inveja de todos aqueles que, ao ler este texto, estão a dar graças a Deus pelo chefe chatinho que têm.

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