quinta-feira, setembro 27, 2007

A rotina diária regressára...

O trabalho, as refeições rápidas e mal tomadas, as idas à sua terra no final da semana,em busca de algo que nem ele próprio sabia definir...
Talvez fosse a vontade de rever a família, de falar das traquinices que fazia em miudo com os seus amigos...
Ou talvez fosse, simplesmente, falar sobre ela com alguém. Nunca o fazia...não porque não tinha vontade, claro que tinha, gostaria de dizer a todo o mundo aquilo que ela era, o que representava para ele,mas nunca o fazia...
Além disso quem é que acreditaria??
Quem é que acreditaria que existe alguém que nos faz sorrir todos os dias?
Que nos faz assim tão feliz?
Que nos faz ter vontade de ser melhores pessoas?
Que faz dum momento banal,a experiência mais enriquecedora das nossas vidas?
E tudo isso sem estar presente fisicamente?
Só pessoas muito especiais têm esse dom.

Quem o conhecia melhor sabia que ele andava diferente, apesar de ser alguém bem disposto, aquele não era o sorriso de sempre... Notavam-lhe diferenças, diziam-lhe que parecia até viver num mundo diferente...e, realmente, vivia.
Perguntavam-lhe vezes sem fim o que se passava, ele limitava-se a responder o mínimo. Insistiam...ele sorria.
Quando regressava a casa, sentava-se por breves instantes e imaginava-a ali... O seu cheiro, o seu toque, a sua voz, o seu sorriso...
Pensava no quanto seria bom tê-la ali... naquele momento... Ouvi-la falar, vê-la sorrir, ver aquele seu jeito envergonhado quando ele a fixaria nos olhos...
Todos esses pensamentos pareciam ser reais... ele tinha a certeza de que a ouvia falar,de que a via rir, de que a sentia respirar...
Entretanto voltava a si e olhava em direcção à janela, aproximava-se dela e olhava para a rua deserta... Nada se passava.
Tinha vontade de a ver,de estar com ela... as saudades sufocavam-no...
Não lhe apetecia estar em casa... saiu,pegou no carro e foi até uma esplanada. Sentou-se e observava em seu redor... Observava tudo e todos,via os namorados a abraçarem-se, beijarem-se e imaginava-se com ela... Todos os carros parecidos com o dela, ele observava-os atentamente... afinal,nunca se sabia...
Ficou ali algum tempo...a observar...a imaginar...a pensar...
Queria ter a coragem de se sentar no carro e ir... jà o tinha feito três,quatro,cinco vezes e nunca tinha chegado ao seu destino... Fazia o trajecto na sua metade e acabava sempre por regressar ao ponto de partida. As perguntas que o assaltavam durante o caminho impediam-no de prosseguir...
Mas hoje sentia-se diferente...as perguntas e as respostas?? Não queria pensar nelas...
Entrou no carro... e foi...

1 comentário:

Anónimo disse...

E mais? =)


Continuo a gostar...